Música eletrônica no Brasil: números, tendências e comportamentos que mostram a força da cena
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Música eletrônica no Brasil: números, tendências e comportamentos que mostram a força da cena

Sempre que eu penso em música eletrônica no Brasil, me chama a atenção como a gente está vivendo um momento de expansão real e os números do IMS Business Report 2025 comprovam isso

24/09/2025 - 10h00min

Reprodução/Internet

O relatório mostra que o Brasil hoje é um dos principais mercados de música eletrônica no mundo. No ranking global de ouvintes do gênero no Spotify, estamos entre os dez países que mais consomem esse som. Só pra você ter uma ideia: a quantidade de ouvintes de música eletrônica no Brasil já ultrapassa em várias vezes a população de alguns países europeus onde a cultura rave nasceu, como Holanda e Alemanha. Isso mostra que a nossa cena deixou de ser apenas importada e passou a se consolidar como movimento próprio, com cada vez mais artistas brasileiros conquistando o mundo.

Outro dado que me chama a atenção é o comportamento do público: os fãs de música eletrônica são os que mais gastam tempo e dinheiro com música. Enquanto o consumidor médio dedica em média 10 horas semanais para ouvir música, o fã de eletrônico passa de 16 horas por semana conectado em playlists, sets e lançamentos. Além disso, o gasto mensal desse público também é maior, tanto em streaming quanto em shows. Isso explica, apesar de todas as adversidades, porque festivais de música eletrônica no Brasil têm crescido em público e estrutura: o fã não só consome, mas também investe pesado na experiência.

Música eletrônica em ascensão

E tem mais: o relatório mostra que a música eletrônica segue em ascensão nas plataformas digitais. Em 2024, só no TikTok, o gênero acumulou mais de 13 bilhões de visualizações na hashtag #ElectronicMusic, crescendo 45% em relação ao ano anterior. Entre os estilos que mais dispararam estão o Afro House, o Drum & Bass e o Amapiano, um gênero africano que chegou às pistas embalado pela ascensão do Afro House nos últimos anos. Essa diversidade é interessante porque o Brasil sempre foi um país aberto à mistura e agora a cena eletrônica mundial se alimenta desse caldeirão global de referências.

Para completar, outro ponto relevante é o espaço das mulheres na cena. Apesar de o DJing ainda ser predominantemente masculino, os números mostram um crescimento consistente de mulheres no topo dos lineups e também como novas produtoras. Esse movimento já reflete aqui no Brasil com artistas que estão furando bolhas e conquistando espaço no underground e no mainstream.

Em resumo: os dados confirmam aquilo que a gente já sente nas pistas. O Brasil é hoje um dos países que mais respiram música eletrônica no mundo, tanto em número de ouvintes quanto em engajamento. Somos parte ativa dessa revolução que mistura streaming, festivais, TikTok e novas cenas. E isso é só o começo, porque a tendência é que o público brasileiro siga moldando a cena global, não apenas consumindo, mas também exportando talento, som e cultura.



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