
Se você não vive em uma caverna, sabe que o Justin Bieber lançou um álbum surpresa na última sexta-feira (11). Swag, o sétimo trabalho de estúdio de Bieber, vem depois de quatro anos do seu último lançamento, Justice (2021).
Os fãs, que aguardavam ansiosamente por este momento, subiram o álbum nas paradas da Billboard Hot 100 e Spotify Global Top 50, além de tornar o dia da estreia o de maior streaming global da carreira do músico.
O álbum marca a nova fase de Justin, mais maduro e livre para criar após o encerramento do contrato com o produtor Scooter Braun, que o acompanhou desde o início da carreira. Com um som intimista, produção mais simples e letras pessoais, o novo álbum de Bieber mostra que o artista amadureceu e pode não agradar a todos.
O que estão falando de Swag
Swag rapidamente se tornou um dos lançamentos mais comentados do ano, tanto pelo público quanto pela crítica especializada. Com produção assinada por nomes respeitados como Dijon, Carter Lang e Daniel Caesar, o disco foi descrito como "musicalmente expansivo", segundo Rachel Aroesti, do The Guardian. No entanto, a jornalista também apontou um dos principais problemas do projeto: a falta de cuidado com as letras. “Se ao menos ele tivesse pensado um pouco nas palavras”, escreveu, resumindo o sentimento de muitos críticos que elogiaram o som, mas lamentaram o conteúdo raso das canções.
Bruna Nobrega, do Omelete, também destacou esse desequilíbrio entre forma e conteúdo. Ela cita a faixa “Go Baby”, que traz versos como “Esta é minha bebê, ela é icônica, capinha de iPhone com um gloss labial nela”, como exemplo da superficialidade lírica que permeia o álbum. Para ela, quando as letras finalmente trazem alguma densidade, como em “Things You Do”, a faixa é mal aproveitada e acaba abruptamente.
Outro ponto de polêmica foram os interlúdios com o comediante Druski. Em três momentos do disco, ele aparece elogiando Bieber de maneira caricata, chegando a afirmar que o cantor tem uma “alma negra”. Para a Folha de São Paulo, esses trechos são clichês e pouco acrescentam ao projeto, servindo mais como distração do que como elemento narrativo relevante.
Apesar das críticas, nem tudo foi negativo. Rob Sheffield, da Rolling Stone, defendeu alguns momentos do álbum com entusiasmo, afirmando que Swag mostra Justin Bieber no seu momento mais confiante. Para ele, músicas como “Butterflies” são algumas das melhores da carreira do artista: “Uma música tão sincera, tão melódica, tão efusiva... com uma melodia R&B agridoce e uma elevação pop”, elogiou, comparando elementos do som ao Smashing Pumpkins. Segundo Sheffield, Bieber não está apenas querendo provar que está bem, ele quer se superar.
O que o público está falando
De maneira geral, podemos afirmar que Swag é um trabalho corajoso e pessoal que mostra um Justin Bieber mais introspectivo. As colaborações com nomes respeitados e a produção experimental, definitivamente, marcam o início de um novo capítulo na carreira do canadense. No entanto, as letras pouco profundas e os interlúdios polêmicos deixaram o álbum vulnerável às críticas de falta de foco e coesão.