Tem uma geração que viveu o meio do caminho entre o analógico e o digital. Que brincava de pega-pega na rua, mas também sabia usar emoticon no MSN como ninguém. Que esperava a internet dar meia-noite pra conectar, mas hoje tem pavor de notificação. Se você se identifica com isso tudo, parabéns: você é um millennial com mais de 30 anos, e provavelmente já disse "nossa, isso entregou a idade" mais de uma vez.

Ser millennial é ter vivido intensamente os anos 90 e 2000, é ter sido adolescente sem rede social, jovem adulto com selfie no espelho e adulto de verdade com dor nas costas e boleto no débito automático. A tecnologia mudou, os hábitos mudaram, mas tem algumas coisas que entregam sua geração de longe.

1. Você lembra de decorar número de telefone (e ainda lembra o da sua avó até hoje)

Antes de tudo ser salvo na nuvem, a gente decorava número. Decorava endereço. Decorava aniversário. E anotava tudo numa agendinha com capa de bichinho. Se alguém te ligava a cobrar, você reconhecia a pessoa pelo código de área. Hoje, a gente esquece até o próprio número de celular.

2. Já gravou música direto do rádio

Gravar no momento exato, sem deixar o locutor falar no meio, era um desafio de precisão cirúrgica. Você deixava a fita pronta no gravador ou o botão REC engatilhado. Às vezes o refrão vinha cortado, às vezes o final não dava tempo, mas tava tudo certo. Era assim que se montava a playlist dos sonhos.

3. Sua primeira rede social foi o Orkut

E ela era um verdadeiro espetáculo visual. Tinha glitter no depoimento, coração no status, aquelas barrinhas de "sou 100% legal" no perfil e comunidades pra tudo: “Eu amo dormir”, “Meu humor depende da minha fome” e “Não sei andar de salto”. A vida social online girava em torno de scraps e gifs piscantes. Não tinha stories, mas tinha charme.

4. Já teve um pendrive com pasta chamada “Músicas” e outra chamada “Coisas Importantes”

E essa última era uma cápsula do tempo. Dentro dela: fotos de webcam, fanfics, powerpoints da escola, arquivos do Paint, documentos da faculdade e talvez até um .mp3 com nome tipo “Coldplay - The Scientsis FINALFINAL.mp3”. Organizar isso era o caos e perder o pendrive era pior que perder o RG.

5. Já usou o bate-papo da UOL ou Terra achando que ia encontrar o amor da sua vida

Entrar em sala de chat era uma aventura. Você colocava um nick misterioso tipo “Menina_Romântica_89”, entrava na sala "SP 20 a 30" e começava a conversar com completos desconhecidos. Muitas amizades (e decepções) nasceram ali.

6. Viu clipes na MTV e esperava a música passar na TV

A MTV era praticamente o YouTube da adolescência, só que com horário marcado. Nesses momentos se gravava clipes no VHS, decorava posições do Disk MTV e aprendia a letra vendo as legendas. Ter seu artista favorito no Top 10 era motivo de orgulho nacional. E se você esperava o clipe da Kelly Clarkson e tocava CPM 22, tudo bem, a vibe era essa mesmo.

7. Você teve que esperar dar meia-noite pra usar a internet discada

Se conectar era uma aventura: você ouvia o barulhinho da conexão (que parecia uma nave espacial decolando), torcia pra ninguém atender o telefone e só depois conseguia entrar no bate-papo UOL. E claro, esperava a meia-noite pra aproveitar o “pulso único” e navegar até o sol raiar sem estourar a conta de telefone.

8. Já usou disquete na escola

E tratava como se fosse uma joia rara. Cabiam poucos arquivos, tipo dois trabalhos do Word e talvez um PowerPoint com transições dramáticas. Se dava erro na hora de abrir, era um misto de pânico e esperança. E o som do disquete girando dentro do drive? Uma trilha sonora de tensão que só quem viveu sabe.

9. Você já usou aquelas canetas coloridas com cheiro que deixavam o caderno todo perfumado

Era impossível não ter uma coleção das canetinhas cheirosas: morango, menta, tutti-frutti, e passar a aula inteira babando no cheiro do seu caderno. E se alguém pegasse a sua caneta, era drama na certa. A mistura de cheiro doce e tinta colorida marcou a infância de muita gente.

10. Já alugou fita na locadora e pagou multa porque esqueceu de rebobinar

O rolê de sexta à noite começava escolhendo filme na prateleira da locadora. E tinha que ser rápido, senão alguém levava o "Todo Mundo em Pânico" antes. A fita vinha com adesivo: "Rebobine antes de devolver". E claro que você esquecia. Aí pagava a taxa e levava bronca.

A vida muda, mas o histórico de navegação continua

Se você se viu em metade desses itens, parabéns: você sobreviveu à internet discada, ao MP3 genérico e às fases emo do Fotolog. Pode até ter rugas, mas também tem memórias que nenhuma Geração Z vai conseguir baixar. Ser millennial é isso: carregar na mochila o passado analógico e o presente digital, com muito humor e uma pitada de saudade.

O rolê de sexta à noite começava escolhendo filme na prateleira da locadora. E tinha que ser rápido, senão alguém levava o "Todo Mundo em Pânico" antes. A fita vinha com adesivo: "Rebobine antes de devolver". E claro que você esquecia. Aí pagava a taxa e levava bronca.