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As redes sociais que todo brasileiro dos anos 2000 lembra (e sente falta)

Antes do TikTok, nem tudo era mato

18/07/2025 - 14h52min

Laura Copelli
Laura Copelli
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Atlântida

Se você viveu a internet dos anos 2000 no Brasil, sabe que ser online era quase um ritual: abrir o MSN, atualizar o Fotolog, stalkear o crush no Orkut, responder perguntas no Formspring, deixar um depoimento meloso e sair offline só pra causar. 

Hoje, essas redes viraram memória, mas deixaram um legado gigante na nossa forma de se conectar. Elas refletiam o jeito brasileiro de usar a internet: memes, referências e grandes febres do momento. Com as comunidades, frases de status, fotos com borda colorida e emojis em excesso, quem esperou até a meia noite para logar em alguma das redes sabe bem do que estamos falando.

Navegar por essas plataformas era mais do que passar o tempo, era construir identidade, fazer parte de tribos, viver romances e intrigas que só poderiam existir ali, naquele universo visualmente caótico e emocionalmente intenso. E mesmo que a maioria tenha ficado pra trás, o impacto ainda pulsa em tudo o que vivemos online hoje.

Orkut, o clássico 

Lançado em 2004, o Orkut foi praticamente a primeira casa digital do brasileiro. A gente não só se conectava com os amigos, como também descobria quem era “gente boa” ou “sexy” pelas avaliações no perfil (sim, isso existia!). Sem falar das comunidades, que iam de “Eu odeio acordar cedo” a “Tenho preguiça até de sentir preguiça”. Foi oficialmente encerrado em 2014, mas a nostalgia dele nunca saiu de moda.

MSN Messenger

Se o Orkut era onde você conhecia pessoas, o MSN era onde os romances virtuais começavam. O recurso “chamar atenção” era pura falta de educação digital. Tinha nickname com letras alternadas, frases enigmáticas e indiretas disfarçadas de música. Encerrado em 2013, o MSN deixou um vazio que nem o WhatsApp conseguiu preencher.

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Fotolog

Antes do Instagram e do VSCO, o Fotolog era onde a gente filosofava sobre a vida com uma única foto por dia. Tinha pose no espelho, bordas dramáticas e legenda reflexiva tipo “apenas sentindo”. Os comentários eram quase cartas abertas entre amigos. Saiu do ar de vez em 2020, depois de uma tentativa de retorno que não decolou.

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MySpace

Mesmo sendo mais forte nos EUA, o MySpace teve seus momentos no Brasil, principalmente entre quem era da cena alternativa. A página era super customizável, com músicas no perfil, glitter, playlist própria e muita atitude. Quem era emo de verdade tinha um MySpace.

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Formspring

Febre entre adolescentes por volta de 2010, o Formspring era o território das perguntas sinceras (ou maldosas), sempre anônimas. E era ali que rolavam as tretas, flertes e revelações. O clima às vezes era caótico, mas o vício era real. Ele saiu do ar em 2013, mas deixou raízes que floresceram em apps como CuriousCat.

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Vine

O TikTok de antigamente se chamava Vine. Com vídeos de apenas 7 segundos, virou escola de humor e criatividade. Brasileiros também aderiram, criando trends e personagens hilários. Muitos influenciadores de hoje começaram ali. O app foi encerrado em 2017, virando o Musical.ly, deixando um vazio que só o TikTok conseguiu ocupar e mesmo assim, com outra vibe.

Flogão

Muito popular entre brasileiros fãs de carros, tribos urbanas, música alternativa e cultura de internet, o Flogão foi febre entre 2005 e 2008. Era o espaço pra montar visuais, divulgar sua banda, receber elogios e viver intensamente o “estilo”. E se você viu a série Depois dos Quinze, vai lembrar que esse universo deixou marcas profundas em uma geração.

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Tumblr

Nos anos 2010, o Tumblr foi refúgio da juventude brasileira que queria expressar sentimentos profundos, viver fandoms e compartilhar imagens estéticas com frases existencialistas. Ali, nascia o conceito de "mood". Para quem viveu a época indie ou a febre das fanfics, ali era o lugar. 

Ainda existe, mas nunca mais foi o mesmo depois da restrição de conteúdos e da debandada geral.

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Last.fm

O Last.fm permitia que você exibisse tudo o que ouvia em tempo real e ainda comparava sua compatibilidade musical com os amigos. Era o Tinder cultural dos alternativos. 

No Brasil, fez sucesso entre os indies e fãs de nicho. Ainda está no ar, mas hoje vive mais como ferramenta de analytics do que como rede social.

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E por onde andam essas redes hoje?

Algumas dessas redes tentaram voltar. Outras ficaram restritas a nichos. Mas todas têm algo em comum: moldaram o jeito brasileiro de se comunicar online

Elas ensinaram a gente a criar avatar, fazer bio, stalkear com elegância, mandar indireta com emoji e, em algumas, até a entender o HTML.

Quem viveu, viveu. Quem não viveu, só ouvindo falar.



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