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Karol G troca o pink pelo verde neon em Tropicoqueta – e mostra que ainda é a dona do jogo

No novo álbum, a colombiana mistura romantismo, crítica social e beats tropicais sem perder a pose de mamacita do pop latino

20/06/2025 - 15h01min

Atlântida
Natalie Oliveira
Natalie Oliveira
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Reprodução/Internet
Karol G lança "Tropicoqueta", seu sexto álbum de estúdio.

Depois de mergulhar no Barbiecore reggaeton com o “Mañana Será Bonito”, Karol G vira a chave com “Tropicoqueta”, seu novo álbum visual que troca o rosa-chiclete pelo verde das palmeiras, das selvas e dos dólares. A estética agora é jungle latina, mas o poder continua o mesmo: Karol segue cantando sobre amores, dores e empoderamento feminino com a força de quem entendeu que ser vulnerável também é uma forma de ser indomável.

Com sonoridades que passeiam do dancehall ao afrobeat, passando por bolero, trap e o reggaeton raiz, “Tropicoqueta” é um álbum mais coeso do que seus antecessores. A Bichota dá um passo além da fórmula de hits virais e entrega uma narrativa mais madura – ainda que sem abrir mão do deboche, da sensualidade e da autoestima nas alturas.

E parte desse frescor sonoro também vem das colaborações de peso por trás das faixas. “Tropicoqueta” conta com a assinatura de Pharrell Williams, WIU e até Paul McCartney nos créditos de composição – uma fusão improvável, mas que entrega momentos surpreendentes ao longo do álbum. A produção musical tem forte presença do duo brasileiro Tropkillaz, que injeta beats vibrantes e percussões tropicais com DNA latino-br e pegada global. O resultado são faixas que soam tanto praieiras quanto eletrizantes, com cara de hit e corpo de manifesto.

Há também momentos de crítica social e reflexões sobre fama, espiritualidade e saúde mental, o que mostra que a Karol G de 2025 está mais introspectiva – e mais dona de si. Em vez de só dançar sobre as cinzas do ex, ela agora acende incenso, reza e lança single.

Visualmente e musicalmente, Karol flerta com a estética boho-chic caribenha: coqueiros, conchas, tecidos fluidos e muito sol. Mas o tropicalismo não é vazio. Em faixas como “Si Antes Te Hubiera Conocido” e “Mienteme”, ela mistura romantismo à moda antiga com produções modernas, criando faixas que são quase um revival emocional de verões que a gente nem viveu, mas jura que lembra.

Se antes os feats eram o chamariz, aqui eles são complemento. A estrela do álbum é Karol sozinha. Isso não significa que ela não esteja bem acompanhada (tem participação de Young Miko e Kali Uchis, por exemplo), mas o protagonismo é 100% dela. A produção é impecável, a direção visual é afiada e a narrativa amarra bem o conceito da era.

Em tempos de músicas feitas para viralizar em 30 segundos no TikTok, Karol G entrega um disco que pede para ser ouvido na ordem, de preferência com tempo e fone de ouvido. É uma obra que aposta na construção de atmosfera e que entende o valor de um refrão bem encaixado, mas também o impacto de um silêncio bem colocado.

“Tropicoqueta” é uma evolução natural para uma artista que já provou ser hitmaker, fashion icon e símbolo de empoderamento. Agora, Karol G parece mais conectada com suas raízes e mais interessada em experimentar. O resultado é um disco que soa quente, espiritual e, ainda assim, 100% pop – do jeitinho que a gente gosta.

Ouça "Tropicoqueta":

Quem é Karol G?

Antes de se tornar a Bichota mais influente do pop latino, Karol G percorreu um caminho longo – e nada óbvio. Nascida em Medellín, na Colômbia, Carolina Giraldo Navarro começou sua carreira ainda na adolescência, participando do reality musical “El Factor X”.

Durante anos, trabalhou nos bastidores e em feats pontuais até conseguir romper a bolha do reggaeton dominado por homens. Foi com o hit “Ahora Me Llama”, parceria com Bad Bunny, que Karol finalmente estourou nas paradas – e desde então, não saiu mais de lá.

Seu estilo mistura sensualidade, vulnerabilidade e força com uma autenticidade difícil de replicar. Karol G soube construir uma imagem que dialoga com mulheres latinas de diferentes gerações, falando de amor, coração partido, autoestima e poder pessoal. 

De lá pra cá, acumulou prêmios, colaborações com nomes como Anuel AA, Nicki Minaj e Shakira, e se firmou como uma das artistas mais importantes da música em espanhol – agora expandindo ainda mais sua influência com um álbum que mistura maturidade artística e ousadia estética.


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