
“Walk My Walk”, faixa assinada por Breaking Rust, um artista sem identidade conhecida, acaba de se tornar a música country mais baixada, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela revista Billboard, referência mundial em música.
Apesar do sucesso meteórico, um detalhe chama atenção: ninguém sabe quem é Breaking Rust. Nas redes sociais e nas plataformas de streaming, tanto o cantor quanto seus criadores evitam mencionar o uso de inteligência artificial. Ainda assim, as evidências visuais contam outra história. As fotos, ilustrações e videoclipes associados ao artista apresentam sinais claros de terem sido gerados por IA e isso fez o setor rotular o projeto como um artista artificial.
Para aumentar a suspeita, ferramentas de identificação de música gerada por IA, utilizadas pela AFP, apontaram com probabilidade entre 60% e 90% que “Walk My Walk” é, sim, resultado de um modelo de inteligência artificial.
Os créditos da faixa citam como compositor Aubierre Rivaldo Taylor um nome que praticamente não existe na internet, exceto em associação ao coletivo Def Beats AI (defbeatsai), um projeto assumidamente voltado à criação musical feita por inteligência artificial.
O caso reacende o debate sobre transparência, autoria e o futuro da música em um cenário em que artistas humanos e algoritmos competem, às vezes de maneira invisível, pelo topo das paradas.

