
Paul McCartney decidiu transformar o silêncio em barulho e dos bem altos. O ex-Beatle está prestes a lançar sua primeira gravação inédita em cinco anos, uma faixa quase totalmente silenciosa, criada como parte de um manifesto coletivo da indústria musical contra o uso não autorizado de obras por empresas de inteligência artificial.
Com 2 minutos e 45 segundos, a música aparece no lado B do LP “Is This What We Want?”, um compilado que reúne faixas pensadas para denunciar a apropriação indevida de propriedade intelectual por modelos de IA generativa. Um tema que vem tirando o sono de artistas, produtores e gravadoras ao redor do mundo.
A gravação foi feita em um estúdio praticamente vazio e registra apenas chiados suaves e ruídos discretos, criando um clima quase abstrato. A intenção é simbólica: simular um possível futuro em que a criatividade humana seria reduzida a meros ecos se empresas de tecnologia continuarem treinando algoritmos com músicas sem permissão ou remuneração justa.
McCartney, que sempre defendeu a proteção da arte, agora se junta a nomes como Sam Fender, Kate Bush, Hans Zimmer e Pet Shop Boys para aumentar a pressão sobre o governo britânico por regras claras e urgentes para o uso de IA na música. A mobilização vem ganhando força e marca mais um capítulo do debate global sobre tecnologia, direitos autorais e o papel da criação humana.
Se depender do Paul, o silêncio não vai passar despercebido e talvez seja justamente isso que torne o protesto tão barulhento.

