O inverno chegou com tudo, e não tem playlist de lo-fi que aguente tanto céu cinza, café quente e coberta nos ombros. Nessa época, tudo pede por uma trilha sonora que abrace, que combine com a melancolia bonita dos dias gelados e a introspecção que bate com o frio. E é aí que certos álbuns brilham: seja pelo tom mais acústico, letras reflexivas ou uma produção que soa como a chuva e o frio lá fora.
Por isso, a ATL separou 10 discos com vibe de inverno: daqueles pra ouvir em silêncio, no fone, enquanto o mundo desacelera.
1. Folklore + Evermore – Taylor Swift
Taylor Swift mergulhou de cabeça no indie folk durante a pandemia e entregou dois discos primos gêmeos que são puro outono/inverno. Folklore tem uma vibe mais cinematográfica e nostálgica, com pianos e histórias sussurradas ao pé do ouvido. Já Evermore é seu complemento, ainda mais sombrio e melódico, como uma caminhada solitária por uma floresta na transição entre o outono e o inverno.
2. For Emma, Forever Ago – Bon Iver
Gravado numa cabana isolada no Wisconsin, For Emma é o retrato sonoro do inverno em sua forma mais crua. Justin Vernon se exilou no frio e transformou a solidão em música com violões, falsetes e ecos que parecem vir das montanhas. Uma curiosidade, o nome da banda "Bon Iver" vem do francês "bon" e "hiver", que em tradução livre seria "bom inverno" - mais no clima que isso, impossível.
3. Vespertine – Björk
Björk criou Vespertine como se estivesse pintando cristais de gelo. É um disco minucioso, eletrônico e íntimo, que parece feito pra ser ouvido com fones de ouvido debaixo de um edredom. Texturas delicadas, sussurros e uma produção leve.
4. Blue – Joni Mitchell
Clássico absoluto da melancolia, Blue é o coração partido transformado em poesia e acordes simples. A voz de Joni, pura e vulnerável, embala canções que falam de amor, saudade e passagem do tempo.
5. Vigília – Terno Rei
O clima soturno e nostálgico da banda paulistana ganha um brilho especial em Vigília, um dos discos mais sensoriais da cena indie brasileira. Com guitarras etéreas e letras sobre sentimentos difíceis de nomear, o álbum é perfeito pra escutar olhando pela janela em um fim de tarde frio.
6. Ghost Stories – Coldplay
Um pouco mais longe dos hits solares que vinham ditando a discografia da banda, Ghost Stories é Coldplay em sua fase mais introspectiva - uma boa memória aos órfãos de Parachutes e A Rush of Blood to the Head (a era de ouro do grupo,em minha humilde opinião). O disco nasceu após o fim do casamento de Chris Martin e traz faixas suaves, eletrônicas e melancólicas. É como flutuar em águas frias: calmo, bonito e meio triste.
7. Harry Styles – Harry Styles
O debut solo de Harry tem algo de invernal, mesmo sem querer. Canções como “From the Dining Table” e “Ever Since New York” trazem um ar introspectivo e melancólico, com arranjos minimalistas e vocais suaves. É um disco pra ouvir de madrugada, quando o silêncio pesa e a alma pede acolhimento, é a essência de quem é Harry como artista solo.
8. Norman Fucking Rockwell! – Lana Del Rey
Esse é o auge da Lana poetisa, com letras que misturam tédio, sarcasmo e saudade embaladas por um piano melancólico e arranjos cinematográficos. O disco soa como um filme cult dos anos 70 passando em câmera lenta, e não tem estação melhor que o inverno pra entrar nesse clima.
9. Canções de Apartamento – Cícero
Lançado de forma independente, o primeiro álbum de Cícero entrou para a cena cult justamente por seu clima caseiro e melancólico. Com violões suaves e letras que parecem bilhetes íntimos, Canções de Apartamento é ideal pra quem quer sentir um quentinho no coração nos dias frios.
10. Up To Now – Snow Patrol
Essa coletânea da banda britânica resume a carreira até ali, misturando hits emocionais como “Chasing Cars” com faixas menos conhecidas, mas igualmente intensas. O som do Snow Patrol sempre teve esse ar cinzento, meio nostálgico, perfeito pra um inverno com chuva lá fora e coberta no sofá e trilha sonora de filme anos 2000.