A Netflix está prestes a lançar um dos projetos mais ousados e enigmáticos de sua história. A plataforma desenvolveu “Famous Last Words” (Últimas Palavras de Famosos), uma série documental que apresentará entrevistas inéditas com grandes personalidades, gravadas em vida, mas só divulgadas após suas mortes.
Segundo o The New York Times, a produção contará com oito episódios, cada um dedicado a uma figura notável da cultura, ciência ou entretenimento. As conversas foram registradas enquanto os convidados ainda estavam vivos, mas serão mantidas em sigilo até o momento de suas partidas, quando finalmente serão disponibilizadas ao público.
Entre as entrevistas já gravadas está a da renomada primatóloga e ativista Jane Goodall, cuja participação estaria guardada há meses em total confidencialidade.
Um formato que desafia o tempo
Inspirado no programa dinamarquês Det Sidste Ord (A Última Palavra), o projeto busca explorar o legado, as reflexões e a humanidade de figuras marcantes em um contexto em que a própria noção de “fim” ganha nova camada de significado.
A proposta tem gerado curiosidade e desconforto nas redes sociais, com usuários divididos entre considerar a ideia profundamente tocante ou mórbida demais. Para alguns, o formato oferece uma oportunidade rara de ouvir pensamentos autênticos sobre vida, legado e mortalidade; para outros, a iniciativa toca em um limite ético delicado.
“Famous Last Words” promete ser mais do que um simples documentário. É um registro emocional e filosófico, onde cada episódio se transforma em uma espécie de testamento audiovisual, uma última conversa que atravessa o tempo e permanece viva após a morte de quem a deu.
Ainda sem data oficial de estreia, o projeto confirma a intenção da Netflix de apostar em narrativas que provocam o público e desafiam convenções sobre o que significa “contar histórias”.

