Martha Medeiros foi escolhida como patrona da 71ª Feira do Livro de Porto Alegre, que acontece de 31 de outubro a 16 de novembro de 2025, na tradicional Praça da Alfândega. A escolha marca um momento simbólico: a autora comemora quatro décadas de carreira literária e se torna a nona mulher a receber o título em mais de 70 edições do evento.
Autora de best-sellers como Trem-Bala, Doidas e Santas e Feliz por Nada, Martha é um dos nomes mais lidos e queridos da literatura brasileira contemporânea. Com uma escrita direta, emocional e cheia de reflexões sobre a vida cotidiana, ela conquistou uma legião de leitores e consolidou um estilo próprio, o da crônica confessional, íntima e honesta, que fala de amor, tempo, escolhas e imperfeições humanas.
Uma trajetória que começou na poesia
Nascida em Porto Alegre em 20 de agosto de 1961, Martha é formada em Comunicação Social pela PUCRS e iniciou a carreira como publicitária. Paralelamente ao trabalho em agências, começou a escrever poemas e, em 1985, publicou seu primeiro livro, Strip-Tease, pela Editora Brasiliense.
A partir daí, não parou mais: vieram obras como Meia-Noite e um Quarto (1987), Persona Non Grata (1991) e De Cara Lavada (1995). A transição para a crônica aconteceu nos anos 1990, quando Martha passou a escrever para o jornal Zero Hora, onde segue como colunista até hoje, e também colabora para O Globo.
Da publicidade ao palco
Sua escrita leve e afetuosa também ganhou os palcos e as telas. O romance Divã (2002), estrelado por Lilia Cabral, virou peça, filme e série de TV. Outras obras, como Trem-Bala e Doidas e Santas, também foram adaptadas para o teatro, ampliando o alcance da autora para além das páginas.
Martha já publicou mais de 30 livros entre poesia, crônicas, romances e literatura infantil. Recebeu prêmios Açorianos de Literatura, foi finalista do Prêmio Jabuti e segue figurando entre os autores mais vendidos do país.
Uma patrona com propósito
Ao ser anunciada patrona, Martha afirmou sentir-se honrada e esperançosa:
É uma honra ser a nona patrona mulher da Feira do Livro. Que venham novas mulheres. Quero incentivar a leitura, valorizar o livro e tentar resgatar os leitores sequestrados pelas redes sociais, os quais eu me incluo
Com o posto, Martha quer aproximar a literatura de outras manifestações artísticas e inspirar novas gerações de leitoras e escritores. Ela também destacou o papel simbólico de ser uma mulher à frente do evento:
Em 71 edições, só nove patronas. A conta ainda não tá equalizada. Espero que essa homenagem abra caminho para mais mulheres
Um nome que representa Porto Alegre
A escolha de Martha Medeiros reflete o espírito da Feira: a celebração da leitura como encontro, da literatura como ponte e da escrita como resistência cultural. Gaúcha, urbana e apaixonada pelas palavras, ela carrega nas crônicas o olhar afetuoso e crítico sobre a vida, o mesmo olhar que, em 2025, ilumina a maior festa literária do Rio Grande do Sul.
