A volta do escritório: O modelo híbrido vai acabar em 2026?
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A volta do escritório: O modelo híbrido vai acabar em 2026? O que as grandes empresas estão sinalizando

Entenda por que bancos e grandes companhias estão pressionando por mais presença física e o que isso representa para o futuro do trabalho

24/12/2025 - 10h00min

A volta do escritório: O modelo híbrido vai acabar em 2026? / (Foto: reprodução/pixabay)

Nos últimos anos, o modelo híbrido se tornou parte natural da rotina de milhões de profissionais. Mas, ao mesmo tempo, começa a surgir um movimento contrário, com grandes empresas anunciando mudanças que aumentam a presença no escritório. É comum que isso gere insegurança e dúvidas sobre o que vai acontecer em 2026.

Neste texto, nós vamos mostrar o que essas organizações estão planejando, como a legislação trata a mudança do home office para o presencial e o que você pode fazer para se preparar para esse novo cenário.

O novo movimento das empresas

Nos últimos meses, companhias de diferentes setores passaram a anunciar revisões importantes em suas políticas de trabalho remoto. O Nubank, por exemplo, definiu que o modelo totalmente remoto será encerrado em julho de 2026. A partir daí, os times deverão comparecer ao escritório pelo menos duas vezes por semana, com a previsão de ampliar a exigência para três dias em 2027. A fintech inclusive está reforçando sua estrutura em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas, além de unidades internacionais.

O setor bancário tradicional também está acelerando essa transição. O Bradesco informou que cerca de 900 funcionários das áreas de investimentos e tesouraria voltarão ao presencial integral a partir de janeiro de 2026.

O sindicato chegou a convocar plenárias para discutir impactos na qualidade de vida. Paralelamente, o Itaú demitiu aproximadamente mil colaboradores que atuavam em formato remoto ou híbrido após apurar inconsistências em registros de jornada, reforçando a tentativa de maior controle sobre produtividade e presença.

O que a lei diz sobre a volta ao escritório

A legislação trabalhista permite que empresas alterem o regime de trabalho, desde que respeitem alguns critérios. A CLT estabelece que o teletrabalho é um modelo baseado no uso de tecnologia fora das dependências da empresa, mas deixa claro que o empregador pode determinar o retorno ao presencial. Para isso, basta comunicar o funcionário com no mínimo 15 dias de antecedência e formalizar a mudança em contrato.

Se o trabalhador se recusa sem motivo justificado, a empresa pode aplicar advertências, suspensões e, em último caso, até justa causa, já que o descumprimento de ordem legítima está previsto na lei. Na prática, isso significa que mesmo quem trabalha há anos de casa pode ser convocado de volta, desde que o processo siga as regras formais.

O que esperar de 2026 e como se preparar

Hoje, cerca de 8 milhões de brasileiros trabalham remotamente, número ainda bem superior ao período pré-pandemia. Apesar disso, pesquisas mostram que quase 80% das empresas já operam em regime híbrido, com média de três dias no escritório. Outro levantamento indica que aproximadamente 70% dos profissionais preferem justamente esse equilíbrio entre casa e escritório. Ou seja, o que deve diminuir é o home office integral, não o híbrido em si.

Para você, o caminho mais seguro é acompanhar os comunicados da empresa, entender o que está definido no seu contrato e avaliar como um eventual aumento de dias presenciais impactaria sua rotina. Conversar com a liderança sobre prazos, ajustes e necessidades específicas também ajuda a tornar a transição mais suave.



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