COP30: tudo que você precisa saber sobre a conferência do clima que acontece na Amazônia
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COP30: tudo que você precisa saber sobre a conferência do clima que acontece na Amazônia

O maior evento climático do planeta chega ao Brasil em 2025 com debates, arte e cultura no coração da Amazônia.

10/11/2025 - 14h15min

Divulgação/COP30
COP30 acontece na cidade de Belém, no estado do Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.

Em 1992, durante a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, nasceu o tratado da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), um acordo histórico que uniu países do mundo inteiro no compromisso de enfrentar as mudanças climáticas. Trinta e três anos depois, o Brasil volta a ser protagonista nesse debate ao sediar pela primeira vez a COP30, que acontece de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará

Além das negociações políticas e científicas, o evento contará com uma programação cultural histórica, unindo sustentabilidade e música. Antes mesmo da abertura oficial, a capital paraense recebeu o festival Global Citizen, que abriu simbolicamente a conferência com uma programação musical de peso. Subiram ao palco Gilberto Gil, Chris Martin (líder do Coldplay), Seu Jorge, Gaby Amarantos, Anitta e Charlie Puth em um espetáculo que celebrou a Amazônia e arrecadou US$ 1 bilhão em investimentos para a defesa da floresta.

A expectativa é receber mais de 50 mil pessoas entre líderes globais, cientistas, ativistas, representantes de povos indígenas e membros da sociedade civil, todos reunidos para definir o futuro do planeta. Confira abaixo tudo que você precisa saber sobre a COP30.

O que é a COP30 e como ela funciona

Atualmente, 194 países participam da conferência, realizada anualmente. O encontro é o principal fórum internacional para discutir estratégias de combate às mudanças climáticas, desde a redução das emissões de gases de efeito estufa até o financiamento para países mais vulneráveis aos desastres ambientais.

A estrutura da COP é dividida em dois grandes espaços:

Zona Azul (Blue Zone): o coração político do evento

É o centro diplomático da conferência. Nesse espaço restrito, acontecem as negociações oficiais, as plenárias de líderes globais e as reuniões multilaterais entre os países. A Zona Azul também abriga os pavilhões nacionais, onde governos apresentam projetos e políticas ambientais. O acesso é controlado e reservado a delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada.

Zona Verde (Green Zone): onde o público participa

A Zona Verde será o espaço aberto à sociedade civil e promete ser um dos grandes destaques da COP30. O local vai reunir ONGs, universidades, startups, empresas e coletivos locais, com foco em educação ambiental, inovação e engajamento social.

Além das discussões técnicas, o espaço terá uma programação cultural intensa, com shows, feiras, exposições, gastronomia regional e apresentações artísticas que valorizam a diversidade da Amazônia. A ideia é que o evento também celebre a cultura e os saberes dos povos da floresta, mostrando que sustentabilidade e identidade caminham juntas.

Os temas centrais da COP30

A conferência deste ano é vista como um marco decisivo na corrida global contra o aquecimento do planeta. Entre os principais pontos da agenda estão:

  • Limitar o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, a chamada “estrela-bússola” do Acordo de Paris.
  • Revisar e ampliar as metas climáticas nacionais (NDCs), com compromissos mais ambiciosos para reduzir emissões até 2035.
  • Fortalecer a agenda de adaptação e financiamento climático, garantindo apoio financeiro e tecnológico a países e comunidades mais afetados.
  • Discutir o fundo de “perdas e danos” (Loss & Damage), criado para compensar nações que já enfrentam impactos irreversíveis das mudanças climáticas.

O impacto de sediar a COP30 no Brasil

Realizar a COP30 no coração da Amazônia tem um peso simbólico e político imenso. A floresta amazônica é um dos maiores sumidouros de carbono do planeta e exerce influência direta sobre o equilíbrio climático global. Ao sediar o evento em Belém, o Brasil coloca a bioeconomia e os povos da floresta no centro das discussões.

Além do simbolismo ambiental, a conferência traz impactos práticos: investimentos em infraestrutura, turismo, saneamento e mobilidade urbana na capital paraense. O evento também deve impulsionar a geração de empregos e o fortalecimento de negócios locais ligados à sustentabilidade.

Mas a visibilidade vem acompanhada de desafios, desde a preparação da cidade para receber milhares de visitantes até a necessidade de o país mostrar coerência entre discurso e prática em relação à preservação ambiental e combate ao desmatamento.

Muito além da diplomacia: cultura, juventude e ativismo

A COP30 promete ir além das negociações políticas. A programação paralela inclui mostras culturais, painéis de juventude, fóruns de inovação e arte urbana, transformando Belém em um grande palco de debates e manifestações criativas.

Movimentos indígenas, coletivos ambientais e artistas da Amazônia devem ganhar destaque, mostrando que a luta climática também é social, cultural e identitária.

Programação cultural

A abertura oficial da conferência, nesta segunda-feira (10), marca também o início da programação do Espaço Freezone Cultural Action, na Praça da Bandeira, em Belém. O palco vai receber shows diários até o dia 21, valorizando artistas locais e nacionais em apresentações gratuitas e sustentáveis.

O evento começa com nomes tradicionais da música paraense, como Pinduca, Félix Robatto, a banda Warilou e Lia Sophia, que convida o Grupo Suraras. Nos dias seguintes, o espaço recebe atrações como Chyco Salles, Wanderley Andrade e Ximbinha, reforçando a diversidade da cena amazônica.

Também integram a programação cultural as apresentações da ópera "I-Juca Pirama", encerrando o XXIV Festival de Ópera do Theatro da Paz, além de grandes nomes da música brasileira:

  • Ney Matogrosso (13/11) – em prol do Instituto SOS Pantanal
  • Fafá de Belém (14/11)
  • OSTP com Léo Gandelman (16/11)
  • Toquinho (17/11) – em prol da SOS Amazônia
  • Lenine (21/11) – encerrando o evento em show beneficente para o Instituto SOS Pantanal

A ideia é unir arte, engajamento e consciência ambiental, transformando Belém em um grande palco de celebração da Amazônia e da sustentabilidade.

Por que vale acompanhar?

Mais do que uma conferência diplomática, a COP30 será um evento global de mobilização e troca, onde ativismo, ciência, tecnologia, moda e cultura pop se encontram para repensar o futuro do planeta.

Do lado de dentro, líderes negociam metas; do lado de fora, vozes da sociedade civil fazem ecoar uma mensagem clara: não há tempo a perder.


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