
Antes de se tornar uma figura cult da música alternativa, Poppy, nome artístico de Moriah Rose Pereira, nascida em 1º de janeiro de 1995 em Boston (EUA), começou a carreira em 2014 publicando vídeos enigmáticos no YouTube. Neles, ela interpretava uma personagem robótica, quase alienígena, que falava com voz doce sobre fama, tecnologia e comportamento humano.
Filha de artistas, Poppy era uma garota tímida que sofreu bullying na escola e acabou sendo educada em casa. Na internet, encontrou refúgio e liberdade criativa. Começou com covers de músicas populares e vídeos cheios de mistério, alguns considerados estranhos demais para a época, mas seu sonho original era ser dançarina.
Essa mistura de humor, crítica e performance chamou atenção de milhões de pessoas e virou seu cartão de visita: uma artista que parece saída de um glitch entre o pop e o pós-humano.
A transição para a música
Em 2016, Poppy lançou seu primeiro EP, Bubblebath, com sonoridade inspirada em J-Pop e K-Pop, visual de boneca e letras que ironizavam a cultura da celebridade. O sucesso da faixa Lowlife marcou o início da virada de personagem de internet para cantora profissional.
Seu primeiro álbum, Poppy.Computer (2017), consolidou essa estética colorida e surreal, como um pop “plástico” que parecia rir das convenções do gênero.
Mas a verdadeira reinvenção veio com I Disagree (2020), quando Poppy rompeu com a imagem de ícone pop digital e mergulhou de vez no metal industrial. Misturando guitarras pesadas, sintetizadores e vocais angelicais, o disco rendeu elogios da crítica e uma indicação ao Grammy, tornando-a a primeira mulher indicada na categoria “Melhor Performance de Metal”.
De lá em diante, a artista abraçou o caos criativo como identidade. Álbuns como Flux (2021) e Zig (2023) exploraram novas fronteiras entre o rock alternativo e o experimental, enquanto Negative Spaces (2024) aprofundou o lado sombrio e introspectivo de sua música.
Poppy e o Linkin Park: uma parceria simbólica
Em 2025, Poppy foi anunciada como artista de abertura da turnê “From Zero World Tour” do Linkin Park, passando por Colômbia, Peru, Argentina e Brasil. A escolha fez total sentido: o som híbrido e emocional dela conversa com a herança sonora da banda, que também sempre misturou peso, melodia e introspecção.
Em Bogotá, ela chegou a dividir o palco com o grupo em One Step Closer, um dos momentos mais comentados da turnê.
Os shows com o Linkin Park no Brasil acontecem em:
- 05/11 – Estádio Couto Pereira, Curitiba
- 08/11 – MorumBIS, São Paulo
- 11/11 – Arena BRB Mané Garrincha, Brasília
No Brasil, além de abrir os shows do grupo, Poppy se apresentará solo no Cine Joia, em São Paulo, no dia 6 de novembro.
Mais do que uma cantora, Poppy é um projeto artístico em constante mutação. Seu percurso, de persona digital a ícone do pop-metal, é um retrato da era em que a música se mistura com performance, internet e identidade fluida.

