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Conheça o vampirão do trap

Playboi Carti: o vampiro do trap que virou ícone cultural

Com estética gótica, som experimental e uma legião de fãs devotos, Playboi Carti se tornou um dos artistas mais enigmáticos e influentes do rap atual.

21/04/2025 - 10h00min

Atlântida
Reprodução/Internet
Playboi Carti: o vampiro do trap que virou ícone cultural

De garoto problemático nos subúrbios de Atlanta a referência estética e sonora no hip hop contemporâneo.

Com uma estética sombria, uma legião de fãs fiéis e um som que desafia o formato tradicional do rap, Playboi Carti se consolidou como um dos artistas mais enigmáticos e influentes da cena musical atual.

Infância e primeiros passos na música

Jordan Terrell Carter nasceu em 13 de setembro de 1996, na cidade de Atlanta, na Geórgia (EUA), região com forte tradição do rap. Ele cresceu no bairro de Riverdale e não era bem um exemplo a ser seguido em questões de estudo e preocupação com o futuro acadêmico.

Na adolescência, ele se meteu em muitos problemas e desistiu do sonho de ser jogador da NBA porque não levava a sério os treinos de basquete. E um desentendimento com o treinador do time foi a gota d’água para ele abandonar de vez o esporte.

Carti se formou por pouco no ensino médio, ele contou em entrevista que ninguém compareceu à sua formatura porque não acreditavam que ele conseguiria.

Em contrapartida, desde muito novo demonstrou interesse por música e moda, chegando a trabalhar em uma loja da H&M onde começou a explorar seu estilo pessoal. Em paralelo, ele começou gravar músicas e postá-las no SoundCloud

No começo, ele adotou o nome de Sir Cartier, mas logo adotou o nome artístico que o levaria ao topo: Playboi Carti.

O seu primeiro contrato foi a gravadora independente Awful Records, da sua cidade natal. Em pouco tempo, seu trabalho chamou a atenção de pessoas importantes, como o estilista e modelo Ian Connor que o apresentou ao A$AP Rocky.

Esse contato foi super importante para a sua carreira porque foi o que o levou a assinar um contrato com o selo AWGE da ASAP Mob pela Interscope Records.

Reprodução/Internet
Playboi Carti, A$AP Rocky e Ian Connor.

A ascensão no rap alternativo

O buzz começou a crescer em torno de Carti por volta de 2015, depois que ele se mudou para Nova York e passou a se envolver com a cena da AWGE. Mas foi com a sua mixtape “Playboi Carti”, lançada em 2017, que o mundo realmente começou a prestar atenção no artista.

Canções como "Magnolia" e "wokeuplikethis" (com Lil Uzi Vert) explodiram nas plataformas digitais, tornando-se hinos da geração. Além do som, o público jovem se identificou imediatamente com a estética rebelde, repetitiva e hipnótica das faixas.

Mas Carti não era só mais um rapper de batida pesada e flow rápido. Com vocais muitas vezes distorcidos, letras minimalistas e ad-libs repetitivos, ele criava atmosferas únicas. Tornando a sua música uma extensão direta de seu mundo estético.

Em 2018, lançou seu primeiro álbum “Die Lit”. Com uma mistura de punk e trap, o álbum foi um divisor de águas.

Mas, acima dos burburinhos e opiniões divididas, o álbum recebeu aprovações da crítica. E hoje é considerado "um manifesto de liberdade sonora".

A era “vampiro moderno” e o silêncio estratégico

Já o aguardadíssimo segundo álbum, "Whole Lotta Red", chegou no Natal de 2020 e gerou caos na internet. Com produção experimental de Kanye West, referências ao universo gótico e punk, e uma estética completamente diferente do rap tradicional, o disco estreou em #1 na Billboard 200.

Ao entrar na fase pós-“Whole Lotta Red”, Carti passou a incorporar ainda mais a imagem de um vampiro moderno, com roupas de couro, maquiagem escura, spikes e uma estética que mistura o underground com o luxo das passarelas.

Ele se tornou figura constante no mundo da moda, desfilando para marcas como Raf Simons e Balenciaga.

Enquanto tudo isso rolava, ele ainda liderava uma nova geração de artistas através da sua gravadora e coletivo Opium, que representa nomes como Destroy Lonely e Ken Carson.

Talvez você não saiba, mas Carti é pai de um menino com a rapper Iggy Azalea. Mas o relacionamento entre os dois foi tumultuado e recheado de polêmicas.

Carti e Iggy começaram a namorar em 2018 e se separaram em dezembro de 2019. E em junho do ano seguinte, Azalea anunciou o nascimento do seu filho, Onyx Carter.

A cantora já chegou a acusar o rapper de ausência e negligência, o que alimentou as controvérsias em torno da figura enigmática que ele projeta publicamente.

Ele também já foi envolvido em investigações legais e atrasou diversos lançamentos. 

Verdade seja dita: essa “mitologia do sumiço” só aumenta o hype dele. E ele sabe disso!

A fase atual: novo álbum e domínio cultural

Nos últimos tempos, ele apareceu em colaborações com artistas como Travis Scott, Kanye West e Ken Carson, e tem sido visto com novos visuais ainda mais performáticos e futuristas.

E depois de muita especulação, o álbum "MUSIC" foi lançado em março de 2025 e, como sempre, dividiu opiniões. Com mais de 30 canções, o disco conta com colaborações de peso como The Weeknd, Travis Scott, Kendrick Lamar, Future e Lil Uzi Vert.

O álbum é repleto de misturas sonoras, trazendo o trap de Atlanta com synths industriais, EDM e elementos de soul e R&B. Carti criou atmosferas densas com vocais destorcidos, explorando uma estética caótica e psicodélica.

Apesar das opiniões divididas, o projeto estreou no topo das paradas em diversos países, incluindo EUA, Reino Unido e Austrália.

Ouça o álbum "MUSIC":

Carti é o caos controlado, o som que você não entende na primeira ouvida, mas que não consegue parar de ouvir depois.



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