A noite em Bangkok terminou com a coroação de Fátima Bosch, 25 anos, mas a vitória da mexicana já vinha sendo narrada muito antes do anúncio final. A modelo de Tabasco, agora a quarta Miss Universo do México, se transformou em uma das figuras centrais da edição mais turbulenta do concurso nos últimos tempos.

Quem é Fátima Bosch
Nascida em Teapa em 2000, Bosch cresceu longe dos holofotes, mas com um interesse claro: moda. Estudou o tema no México, passou por uma escola de artes em Milão e ainda fez intercâmbio nos Estados Unidos. O currículo se soma à carreira como modelo e criadora, sempre ligada a temas como empoderamento feminino e expressão artística.
Antes da consagração internacional, já tinha rodado o circuito de concursos: venceu títulos regionais, ganhou projeção nacional e, em 2025, levou o Miss Universo México, tornando-se a primeira representante de Tabasco a chegar ao palco global.
A polêmica no concurso
A imagem de Bosch circulou o mundo não apenas por desfiles, mas pela forma como ela reagiu a um episódio que sacudiu os bastidores do Miss Universo.
Durante um evento prévio, em novembro, o diretor do Miss Universo Tailândia, Nawat Itsaragrisil, a atacou verbalmente diante de dezenas de candidatas. O motivo? Segundo ele, Bosch não estava promovendo o concurso como deveria nas redes sociais. A situação escalou: Nawat chamou seguranças, ameaçou desclassificações e a mexicana deixou o local acompanhada por outras participantes que protestaram contra o abuso.
O caso se tornou viral, provocou renúncia de jurados, críticas da Organização Miss Universo e até um comentário da presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, elogiando a postura da candidata.
Entre bastidores e política interna
A edição de 2025 já nascia conturbada: mudanças de comando, tensões entre executivos mexicanos e tailandeses e um concurso tentando se reinventar para a lógica das redes sociais. No meio desse cenário, o ataque a Bosch virou a metáfora perfeita do conflito maior e também um ponto de virada narrativa.
Foi aí que muita gente passou a enxergar a mexicana como símbolo da edição: alguém que não se calou, repercutiu o debate sobre abuso de poder e acabou fortalecida pela repercussão global.
A vitória
No palco, Bosch levou a coroa sobre a Miss Tailândia e a Miss Venezuela, que completaram o top 3. A recepção, porém, não foi unânime. Parte do público comemorou o triunfo como resposta simbólica ao episódio de novembro; outra parte sugeriu que a vitória seria uma “compensação” pelo escândalo algo negado pela organização.
De qualquer forma, o impacto está aí: a edição de 2025 entra para a história tanto pela turbulência quanto pela discussão sobre responsabilidade, empoderamento e limites da exposição no universo dos concursos.
E agora?
Com a coroa, Fátima Bosch se junta à lista de mexicanas que já dominaram o Miss Universo: Lupita Jones, Ximena Navarrete e Andrea Meza, e assume o posto num momento em que o concurso tenta se reposicionar para a era TikTok.
Enquanto isso, segue usando suas redes para mostrar rotina de modelo, projetos autorais e sua visão de moda e arte para mais de dois milhões de seguidores.

