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Duca Leindecker fala sobre o novo álbum “Tudo que se Tem” e a parceria com o filho Gui

Entrevista com o ícone do rock gaúcho sobre carreira e novas cenas gaúchas 

13/10/2025 - 15h57min

Sete anos depois de seu último trabalho autoral, Duca Leindecker está de volta com “Tudo que se Tem”, um álbum que marca um novo ciclo na carreira do músico, e também um reencontro com sua própria essência. Gravado durante o período em que viveu nos Estados Unidos, o disco chegou em 7 de outubro, disponível em todas as plataformas digitais.

O projeto traz dez faixas inéditas que equilibram a leveza do violão de nylon com a intensidade do rock, misturando guitarras, pianos, percussões, cordas e arranjos sofisticados. É uma sonoridade madura cheia de camadas, conduzida pela sensibilidade que sempre marcou o trabalho de Duca, seja à frente da Cidadão Quem, no Pouca Vogal, ou na carreira solo.

Entre os momentos mais especiais do álbum está “Fogo”, faixa que marca a estreia de Guilherme Leindecker, filho de Duca, como baixista, compositor e parceiro de vocais. Uma passagem simbólica que dá o tom íntimo e afetivo do disco.

Além disso, o álbum resgata a parceria icônica com Humberto Gessinger nas inéditas “Calmo” e “De Volta pra Casa”, reaproximando dois nomes que ajudaram a escrever uma parte importante da música brasileira dos anos 2000.

Gravado no Mountainside Studio, em Charlottesville (Virgínia, EUA), e mixado pelo próprio artista em seu novo estúdio, Tudo que se Tem é, ao mesmo tempo, um retorno e um recomeço, um trabalho que olha pra dentro, mas também aponta pra novos caminhos.

E pra contar um pouco mais sobre essa nova fase, Duca conversou com a Rede Atlântida num papo sincero sobre o processo, as parcerias e as músicas que definem o momento.

Por que o nome "Tudo Que Se Tem"?

Duca Leindecker:
“Eu tinha várias opções de nome, mas 'Tudo Que Se Tem' acabou se destacando. Essa música fala sobre o que realmente importa na vida:  as coisas afetivas, as lembranças, os objetos que a gente guarda porque têm significado. O álbum também é isso: um retrato afetivo, um baú de memórias. A capa foi feita em um ferro-velho, cheio de bugigangas, e a gente escondeu ali quase 30 itens pessoais meus: o primeiro álbum do Cidadão Quem, fitas master, livros, objetos com história. É tipo um monte de easter eggs no meio da capa.”

Reprodução
Capa de "Tudo Que Se Tem"

Como foi trabalhar com Guilherme (filho de Duca)?

Duca Leindecker:
“Foi uma experiência incrível. A gente já estava morando nos Estados Unidos, então o processo foi bem natural, só eu e ele, com calma. O Cláudio, o baterista, também foi pra lá e teve até participação de um músico americano. Mas o Gui foi essencial. Ele é super focado e se transformou num grande baixista. Escutem o disco: todas as linhas de baixo, são dele. E ainda tem uma música nossa, "Fogo", que a gente canta junto.”

O que diferencia "Tudo Que Se Tem" dos trabalhos anteriores?

Duca Leindecker:
“Muita gente tem falado que é um disco mais contemporâneo, mais arejado, e fico feliz com esse retorno. Foram dois anos de trabalho pra chegar nesse ponto. Depois do 'pedidos', eu comecei a incorporar influências da música brasileira, da bossa nova, dentro do rock. O resultado é um som mais suave, com violões de nylon, mas ainda com a pressão do rock. Tem até uma faixa de seis minutos (Pagina Um) que vai na contramão de qualquer tendência. É bom remar contra a maré às vezes.”

Que diferenças o Duca de hoje enxerga entre o início de sua carreira e o das novas gerações que entram na música?

Duca Leindecker:
“Hoje é muito mais fácil produzir e lançar uma música, mas muito mais difícil ser ouvido. Eu tenho o privilégio de já ter um público, mas pra quem tá começando é um desafio enorme. O segredo é persistência, ter foco, paciência e fôlego pra continuar. Porque o mercado mudou: são cem mil músicas por dia no Spotify. Então, se tu não tem constância e autenticidade, é difícil furar a bolha.”

Qual foi a música que tu mais gostou de trabalhar?

Duca Leindecker:
“'Amanhã Colorida' é uma das mais importantes pra mim. Mas também fiz músicas em homenagem a Laurinha [filha de Duca], que é 'Menina' mas também gosto muito de 'Vai e Vem', feita para Manu [Manuela D'Ávila, esposa de Duca]. E 'Tudo Que Se Tem' representa bem essa fase atual, fala sobre o valor do tempo, sobre deixar algo de bom na lembrança de alguém.”

Qual seria a trilha sonora da tua vida?

Duca Leindecker:
“'Invenção em 71/2', do Baden Powell. É a primeira música que ouvi na vida, me marcou pra sempre.”

Uma banda ou música que tu indica pros ouvintes da Atlântida?

Duca Leindecker:
“Tem muita coisa boa surgindo. Gosto muito de 'Quem É Você, Alice?',  e 'Paysanos', ambos estão fazendo um som muito massa.”

Quer ouvir mais histórias, referências e aventuras musicais de Duca Leindecker? O ATL Bands vai ao ar todos os sábados, às 19h, na Rede Atlântida (94.3 FM na Região Metropolitana de Porto Alegre e também pelo app da rádio).


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