Demorou, mas o sonho virou realidade: o Prime Video confirmou a adaptação live-action de Life Is Strange. E não é qualquer versão, a história será focada em Max Caulfield e Chloe Price, as personagens mais queridas da franquia. A notícia chega quase uma década depois da primeira vez que falaram em transformar o jogo em série, lá em 2016.
O comando criativo fica com Charlie Covell, roteirista de The End of the F**ing World* e Kaos. Covell será showrunner, roteirista e produtora executiva, trazendo aquela mistura de drama pesado com pitadas de humor ácido que já conquistou o público. Na produção, um time de peso: Square Enix (dona da franquia), Story Kitchen, Amazon MGM Studios e a LuckyChap Entertainment, sim, a empresa de Margot Robbie.
É uma grande honra adaptar ‘Life Is Strange’ para o Amazon MGM Studios. Sou um grande fã do jogo e estou muito feliz por trabalhar com as equipes incríveis da Square Enix, Story Kitchen e LuckyChap. Mal posso esperar para compartilhar a história de Max e Chloe com outros jogadores e novos públicos
RELATOU COVELL SOBRE O LANÇAMENTO
Do controle para a TV

Segundo a sinopse oficial, a série vai se basear no primeiro jogo da saga, lançado em 2015. A protagonista Max, estudante de fotografia, descobre que tem o poder de voltar no tempo ao impedir a morte de Chloe, sua amiga de infância. Mas o dom não vem de graça: enquanto as duas investigam o desaparecimento de uma colega de escola, acabam descobrindo segredos sombrios em Arcadia Bay e se deparam com uma escolha impossível de vida ou morte.
A dúvida que fica é como a adaptação vai lidar com um dos pontos mais marcantes da experiência original: a liberdade de escolha do jogador, que podia alterar a narrativa com suas decisões. Por enquanto, a produção mantém esse detalhe em segredo, mas é justamente aí que está a curiosidade dos fãs.
Um projeto que quase não aconteceu
A ideia de levar Life Is Strange para a TV circula desde 2016, quando só existia o primeiro game. Na época, a Legendary Television chegou a entrar no projeto, mas nada saiu do papel. Só agora, com a Amazon no comando, a adaptação ganhou sinal verde de verdade.
E o timing é curioso: a franquia passa por um momento turbulento. Depois do sucesso estrondoso do game original, vieram spin-offs como Before the Storm (2017), The Awesome Adventures of Captain Spirit (2018), Life Is Strange 2 (2018) e True Colors (2021). Em 2024, Double Exposure trouxe Max de volta, mas deixou Chloe de fora, o que gerou frustração em parte dos fãs. Além disso, os bastidores enfrentaram crises: a desenvolvedora Deck Nine Games sofreu denúncias de toxicidade interna, cortes de equipe e dificuldades criativas.
Ou seja: a série chega em um momento estratégico, reacendendo o hype em torno de um universo que parecia estar em pausa.
Por que essa adaptação gerou impacto?
Life Is Strange nunca foi “só um jogo” para a maioria dos players. Ele virou fenômeno cultural, conhecido pela narrativa emocional, temas sensíveis e personagens que marcaram uma geração. Até 2023, mais de 20 milhões de jogadores já haviam mergulhado em Arcadia Bay. A franquia ainda expandiu o universo em HQs e livros, provando que suas histórias têm fôlego além das telas interativas.
Para a Amazon, a adaptação faz parte de uma estratégia clara: investir em séries baseadas em games que têm fãs apaixonados. O Prime Video já apostou em Fallout, prepara uma série de Tomb Raider estrelada por Sophie Turner e ainda tem God of War, Mass Effect e até Warhammer 40.000 (com Henry Cavill) em desenvolvimento.
A promessa dos bastidores
Covell já deixou claro que é fã do jogo e que quer ser fiel ao que conquistou tanta gente. “Mal posso esperar para apresentar Max e Chloe a um novo público”, disse showrunner. A própria Square Enix celebrou o momento: “Muitas pessoas pediram essa série ao longo dos anos. Estamos felizes de finalmente dar vida a esse universo com a Amazon MGM Studios”.
Com uma equipe de peso, personagens memoráveis e uma base de fãs fiéis, a série tem tudo para repetir, ou até superar, o impacto do jogo original.