
No universo cinematográfico onde humanos reinam nas premiações, surge uma questão curiosa: Indy, o astro do novo filme de terror “Good Boy” busca seu lugar na corrida pelo Oscar. Mais do que isso, sua “carta” viralizou como declaração de amor, direito e representação para os animais que dividem cenas, corações e roteiros com atores humanos.
A história vai além do latido e da fofura. A carta divulgada com exclusividade para a Variety, o estúdio IFC (Independent Filme Company) reivindica o reconhecimento formal de Indy e demais atores não humanos, questionando os limites das premiações tradicionais. Em festivais e premiações, criaturas que interpretam papéis significativos muitas vezes ficam na sombra e essa iniciativa quer mudar esse panorama de modo simbólico, afetivo e provocativo.
Em trechos da carta, Indy lamenta "Apesar do meu papel aclamado pela crítica no recente filme 'Good Boy', fui considerado inelegível para a categoria de Melhor Ator. Aparentemente, não sou um garoto bom o suficiente para você”. Esse momento traz à tona debates éticos e artísticos: quais parâmetros usar para julgar a performance de um animal? E como reconhecer sua presença dramática sem transformá-lo em mera “atração”?
Se Indy vencer ou não, sua atitude já deixou marca: abriu caminho para que personagens não humanos ganhem voz oficial no tapete vermelho. E isso, para um mundo que se move entre luzes, máscaras e câmeras, é um passo surpreendente e bonito rumo à ampliação dos afetos em cena.