Alguns anos atrás, para assistir a um filme, você tinha as seguintes opções: ir ao cinema, ou alugar em uma videolocadora, ou esperar até passar na TV (o que poderia demorar anos). É claro que, hoje em dia, com cada vez mais serviços de streaming sendo ofertados, os hábitos de consumo mudaram drasticamente.

Segundo uma pesquisa de 2024 realizada pelo Serasa, os serviços de streaming de filmes e séries já fazem parte do orçamento de 79% dos brasileiros. A pesquisa ainda indica que 7 em cada 10 brasileiros reduziram a frequência de idas às salas de cinema, trocando a despesa de ir ao cinema por serviços de streaming para assistir filmes em casa.

Os filmes a seguir são uma prova de que talvez o sucesso esteja em alcançar um público que não, necessariamente, sairá de casa para assistir a um filme.

1. Branca de Neve (2025)

Lançado nos cinemas em março de 2025, o live-action da Disney inspirado na clássica animação, teve uma bilheteria aproximada de US$ 205,5 milhões, bem abaixo do orçamento de US$ 270 milhões. O longa chegou ao Disney+ em junho do mesmo ano e ganhou nova visibilidade e audiência junto ao público de casa.

2. Madame Teia (2024)

O filme derivado do universo Homem-Aranha da Sony protagonizado por Dakota Johnson estreou nos cinemas em fevereiro de 2024 e teve um desempenho fraco nas bilheterias. A arrecadação mundial ficou por volta de cerca de US$100,5 milhões, enquanto o orçamento estimado estava entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões. No entanto, os frutos surgiram quando foi disponibilizado em mídias digitais, alcançando o topo do ranking de audiência na Netflix.

3. O Último Caçador de Bruxas (2015)

O filme dirigido por Breck Eisner estrelado por Vin Diesel, chegou aos cinemas em outubro de 2015. Com um orçamento estimado de US$ 90 milhões, arrecadou cerca de US$ 140 milhões, por isso, não foi considerado um grande sucesso nas salas, mas ganhou público nas plataformas de streaming e no mercado de home vídeo.

4. O Esquadrão Suicida (2021)

O longa lançado em agosto de 2021, em meio a pandemia, teve uma estratégia híbrida: sendo lançado simultaneamente nos cinemas e no HBO Max. O filme arrecadou uma bilheteria mundial de US$ 168,7 milhões, contra um orçamento de US$ 185 milhões. Apesar da performance fraca nas bilheterias, deu a volta por cima, e tornou-se um dos filmes do DCEU mais assistidos no streaming.

5. Clube da Luta (2000)

Quando estreou nos cinemas, Clube da Luta não foi um fenômeno: arrecadou cerca de US$ 37 milhões nos EUA, valor considerado baixo frente ao seu custo de produção estimado em US$60 milhões. Mas a reviravolta veio no mercado de vídeo: o DVD foi um dos lançamentos mais bem-sucedidos da Fox, com mais de 6 milhões de cópias vendidas nas primeiras décadas e rendendo também cerca de US$ 55 milhões em aluguéis de vídeo.

6. A Casa de Cera (2005)

Dirigido por Jaume Collet-Serra, o remake de terror teve orçamento estimado em US$ 40 milhões e arrecadou aproximadamente US$ 68,8 milhões mundialmente. O filme também teve presença no mercado de vídeo doméstico (VHS/DVD), onde gerou receitas de locação significativas. Com o tempo, ganhou repercussão entre fãs de terror e passou a chegar com mais destaque em plataformas de streaming.

7. A Fantástica Fábrica de Chocolates (1971)

A versão original de 1971 estreou com um desempenho comercial bem modesto: arrecadou mundialmente cerca de US$ 4,14 milhões com orçamento estimado em US$ 3 milhões. O filme inicialmente não foi um grande sucesso de bilheteria, mas ao longo das décadas acabou se tornando um clássico cult e motivo de relançamentos em VHS, DVD, Blu-ray e versões digitais. Por exemplo, o VHS e edições em DVD ampliaram sua visibilidade, e relançamentos comemorativos ajudaram a reintroduzi-lo para novas gerações.

O caminho desses filmes mostra como o mercado audiovisual mudou radicalmente nos últimos anos. Se antes o desempenho nos cinemas era visto como fator decisivo para definir o sucesso de um longa, hoje as plataformas de streaming provaram que o jogo pode virar a qualquer momento. Afinal, às vezes, tudo o que um filme precisa é encontrar o público certo, mesmo que seja direto do sofá da sala.