Quatro meses após citar a possibilidade de criar uma tarifa para filmes estrangeiros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou ao tema neste domingo (28). Em publicação na sua rede social, Truth, ele afirmou que vai impor uma taxa de 100% sobre qualquer produção cinematográfica realizada fora do território americano.

“Nosso negócio de cinema foi roubado dos Estados Unidos por outros países, assim como roubam ‘doce de um bebê’”, escreveu Trump.

O presidente também direcionou críticas ao governador da Califórnia, Gavin Newsom, chamando-o de “fraco e incompetente”. Segundo Trump, o estado teria sido particularmente prejudicado pela perda de produções para estúdios e locações internacionais.

Assim como em maio, quando falou pela primeira vez sobre o tema, o republicano não deu detalhes sobre como a tarifa seria instituída. À época, ele afirmou que teria autorizado o Departamento do Comércio e o Escritório do Representante Comercial dos EUA a desenvolver a medida, alegando que Hollywood estaria “morrendo muito rápido”.

Trump ainda declarou que os incentivos oferecidos por outros países para atrair produções de cinema representam “um esforço conjunto contra os Estados Unidos e, portanto, uma ameaça à segurança nacional”.

Especialistas apontam impacto

Segundo Andrew Pulver, editor de cinema do jornal britânico The Guardian, a proposta mira a prática de terceirização da produção. Há décadas, estúdios de Hollywood filmam no exterior para reduzir custos e explorar cenários diversos.

Canadá, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e países da Europa, como Hungria e Itália, estão entre os destinos mais buscados para rodar filmes americanos.

Até o momento, o governo não apresentou qualquer plano prático para a cobrança dessa tarifa.