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Superman e a luta pela verdade

Superman de James Gunn – Entre Fake News, Cancelamentos e o Peso de Ser “o Bom Homem”

12/08/2025 - 13h19min

Atlântida
Igor Krolow
Igor Krolow
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Divulgação/Warner Bros
Entre fake news e batalhas globais, James Gunn entrega um Superman que luta para seguir sendo o 'super bom homem' em um mundo que não acredita mais em heróis.

ALERTA: TEXTO COM MUITOS SPOILERS!

James Gunn não quis apenas reiniciar o Superman. Ele quis moldá-lo como um espelho do mundo em que vivemos hoje, onde narrativas se distorcem, reputações são queimadas e a verdade, muitas vezes, é a primeira vítima. 

Para isso, usou ninguém menos que Lex Luthor como catalisador – um vilão clássico, mas aqui atualizado para a era das fake news. Luthor não apenas rivaliza com o herói, como também o desconstrói publicamente, lançando discursos de ódio e distorcendo fatos para criar uma nova percepção do Homem de Aço. Um dos momentos mais controversos do filme envolve a mensagem enviada pelos pais biológicos de Superman. 

À primeira vista, o conteúdo, que revela um plano kryptoniano mais ambicioso e até dominador, poderia ser interpretado como adulterado, parte de uma manipulação. Gunn, porém, confirma: a mensagem é autêntica. O conflito está na recepção. É a forma como Kal-El processa essas palavras, e não a veracidade delas, que cria a tensão dramática. 

A escolha final do herói, rejeitando esse destino e abraçando os valores humanos ensinados por Jonathan e Martha Kent, marca uma virada emocional e ideológica.

O filme também não foge de paralelos com questões geopolíticas reais. Luthor, agindo nos bastidores, fornece armas para que a fictícia Boravia prolongue sua guerra, enquanto simultaneamente colabora com o governo americano para capturar o Superman. A crítica é clara: interesses corporativos e políticos se misturam, lucrando com o conflito e manipulando narrativas para manter o controle.

O supercão que rouba a cena

Mas nem só de peso vive a trama. Gunn insere respiros cômicos, sendo o principal deles Krypto, o cachorro do Superman ou da Supergirl? O supercão é mais do que um alívio: é presença ativa, envolvida na ação e no vínculo emocional do herói, funcionando como uma extensão da bondade quase ingênua que define Kal-El.

E é justamente essa bondade que Gunn explora de maneira ambígua. Seu Superman é o “bom homem” por excelência – aquele que salva, ajuda e acredita no melhor das pessoas – mas que começa a se frustrar diante das decisões e contradições humanas. 

A metáfora se estende: assim como o povo fica refém de guerras e disputas de poder que não controla, o herói também é colocado contra a parede, explorado e pressionado por forças muito maiores do que ele.

No fim, Superman de Gunn não é sobre a construção de um ícone perfeito, mas sobre o desgaste e a resistência de um ideal. 

Entre cães voadores e conspirações globais, a pergunta que fica não é se o Homem de Aço pode voar, mas se ainda conseguimos acreditar, no mundo de hoje, que um “super bom homem” pode mudar alguma coisa.

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