
A Pixar está pronta para nos fazer chorar mais uma vez – mas, desta vez, com alienígenas. “Elio”, nova animação do estúdio em parceria com a Disney, chegou aos cinemas na última sexta-feira (20) trazendo uma aventura cósmica com cara de metáfora emocional.
A história acompanha Elio Solis, um garoto de 11 anos inteligente, criativo e um tanto solitário, que é acidentalmente abduzido e confundido com o “embaixador da Terra” por uma coalizão de seres de toda a galáxia, chamada Communiverse.
Enquanto tenta sobreviver e representar o planeta sem ter a menor ideia do que está fazendo, Elio embarca em uma jornada de autodescoberta. Em paralelo, vemos sua relação com a mãe, a Major Olga Solis, uma figura forte e afetuosa que trabalha em um programa secreto de comunicação interplanetária – e que ainda está aprendendo a equilibrar a vida profissional com a maternidade solo.
O elenco de dublagem original traz Yonas Kibreab (“Sweet Tooth”) no papel principal, Zoe Saldaña (“Emilia Perez”)como a mãe Olga, Brad Garrett (“Procurando Nemo”) como o enigmático Senhor Grigon, Jameela Jamil (“The Good Place”) como a embaixadora Questa e Shirley Henderson (“Harry Potter”) como a superinteligência artificial OOOOO. A diversidade do elenco e o cuidado com a construção dos personagens indicam que Elio segue o padrão Pixar de narrativas sensíveis e plurais, que falam tanto com crianças quanto com adultos.
A direção é assinada por Adrian Molina, um dos roteiristas e codiretor de “Viva – A Vida é uma Festa”. A ideia do filme surgiu a partir das experiências pessoais de Molina como um garoto introvertido que cresceu em uma base militar. O sentimento de deslocamento e a busca por pertencimento, temas universais da infância e da adolescência, servem como motor emocional da trama.
A direção de arte aposta em visuais vibrantes, mundos alienígenas coloridos e criaturas com design ousado, sem abrir mão do toque emocional que marca as produções do estúdio.
Apesar de se tratar de uma comédia sci-fi, “Elio” toca em assuntos profundos como luto, amadurecimento, empatia e identidade. A narrativa transita entre o humor leve e o drama íntimo, com um protagonista que representa aquela criança – ou adulto – que nunca se sentiu 100% parte de nenhum lugar. A trilha sonora, assinada por Rob Simonsen, complementa o tom emocional da obra, prometendo mais uma coleção de cenas inesquecíveis e, claro, lágrimas no fim.
Com personagens cativantes, uma estética encantadora e uma mensagem poderosa sobre aceitação e autoafirmação, “Elio” tem tudo para conquistar corações, especialmente os que já se sentiram meio perdidos no universo. A Pixar pode até arriscar com uma proposta menos convencional, mas se tem algo que o estúdio sabe fazer bem é nos lembrar, com delicadeza e fantasia, que ser diferente também pode ser extraordinário.