Drones e sensores estão reduzindo o uso de agrotóxicos no prato do brasileiro
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MENOS AGROTÓXICOS

Drones e sensores estão reduzindo o uso de agrotóxicos no prato do brasileiro

Como tecnologias de precisão estão tornando a produção de alimentos mais sustentável e economizando recursos no campo

26/12/2025 - 13h02min

(Foto: reprodução/pixabay)

A crescente preocupação com a segurança alimentar e o impacto ambiental dos agrotóxicos tem levado produtores e consumidores a buscarem alternativas mais eficientes. No campo, controlar pragas e doenças sem comprometer a produtividade é um desafio constante. Como aplicar menos químicos sem arriscar a colheita?

Nos últimos anos, drones, sensores e sistemas de análise passaram a transformar essa realidade. Eles ajudam a identificar problemas de forma antecipada e permitem aplicações extremamente precisas.

Neste texto, nós mostramos como essas tecnologias estão diminuindo o uso de defensivos e contribuindo para levar alimentos mais seguros até você.

Drones que aplicam só o necessário

O uso de drones cresceu de maneira acelerada no Brasil, passando de poucas centenas para milhares de unidades em poucos anos. Essa expansão está diretamente ligada à capacidade dessas aeronaves de reduzir aplicações desnecessárias.

Em lavouras de soja e milho no Mato Grosso, o monitoramento aéreo elevou a produtividade em até 18% e reduziu o uso de químicos em cerca de 25%. Com câmeras e sensores multiespectrais, eles revelam apenas os pontos críticos, evitando tratores e pulverizações indiscriminadas.

Na pulverização, os ganhos são ainda mais expressivos. Em plantações de citrus em São Paulo, drones diminuíram o uso de agroquímicos em até 35% e reduziram o tempo de aplicação em 85%.

Em áreas de relevo complexo, como regiões de café em Minas Gerais, a precisão evita danos às plantas e reduz a necessidade de reaplicações.

Sensores que transformam dados em decisões

Sensores instalados no solo, nas plantas e em estações climáticas ampliam a eficiência ao fornecer dados contínuos sobre umidade, nutrientes e condições ambientais. Em propriedades que adotaram esse sistema, a irrigação automatizada permite economizar até 40% de água, algo essencial em regiões sujeitas a secas intensas.

A integração dos sensores com plataformas digitais cria maquetes completas da lavoura, indicando onde há estresse hídrico, risco de pragas ou variações nutricionais. Isso permite que fertilizantes e pesticidas sejam aplicados de forma localizada, evitando que produtos atinjam áreas saudáveis.

Pulverização inteligente e menor impacto ambiental

A pulverização com drones representa uma das maiores mudanças na forma de aplicar defensivos. O controle automatizado de volume, altura e velocidade garante que o produto chegue exatamente ao ponto desejado. Em muitos casos, o volume utilizado cai pela metade quando comparado aos métodos tradicionais. Essa precisão diminui o risco de contaminação ambiental e diminui a exposição de trabalhadores a produtos químicos.

Além disso, operações que antes exigiam tratores circulando repetidamente pelo terreno agora podem ser feitas em poucas horas com drones. Em uma plantação de eucalipto de 100 hectares, por exemplo, um processo que duraria quase duas semanas com máquinas terrestres pode ser concluído em um dia e meio, reduzindo consumo de combustível e emissões.


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