O deputado estadual Rodrigo Amorim resolveu cutucar uma ferida que já incomodava muita gente: os camarotes VIP em shows gratuitos realizados em locais públicos, como praias e praças do Rio de Janeiro. O parlamentar protocolou um projeto de lei que pretende proibir essas áreas exclusivas — que costumam ficar bem na frente do palco — nos eventos bancados com verba pública.

Segundo ele, a ideia é acabar com o que chamou de “muralha de exclusão”, que separa os sortudos (ou famosos) do restante da galera. O jornalista José Norberto Flesch, conhecido por antecipar informações do mundo da música, compartilhou a novidade nas redes e destacou que a justificativa de Amorim se baseia em dados reais: um levantamento feito pelo gabinete do deputado apontou que mais de 70% das menções ao termo “camarote VIP” durante o fim de semana do show da Lady Gaga em Copacabana tinham tom negativo.

A apresentação histórica reuniu 2,1 milhões de pessoas na orla no dia 3 de maio, mas apenas 7 mil convidados tiveram o privilégio de assistir de um espaço reservado — que não agradou nada os fãs que madrugaram na areia esperando um lugar ao sol (ou melhor, ao som).

Além das críticas à visibilidade comprometida, também choveram reclamações sobre a postura de alguns seguranças, que estariam empurrando o público que tentava se aproximar da divisória, dificultando ainda mais o acesso para quem estava fora do setor VIP.

Nas redes, muitos fãs ficaram indignados com o tamanho do espaço reservado e com o fato de a maioria ali ser formada por celebridades e não pelos fãs da artista. Se depender do projeto de Amorim, isso pode mudar nos próximos shows: quem chegar cedo, vê de perto — independente da quantidade de seguidores no Instagram.