
Apesar do aumento da participação feminina no mercado de trabalho, as brasileiras ainda enfrentam uma dura realidade: recebem, em média, 20,9% a menos que os homens. A constatação vem do 3º Relatório de Transparência Salarial e Igualdade Salarial, divulgado pelos Ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres.
O estudo teve como base os dados da RAIS 2024 (Relação Anual de Informações Sociais), abrangendo 53.014 estabelecimentos com 100 ou mais empregados. De acordo com o levantamento, a média salarial dos homens no Brasil é de R$ 4.745,53, enquanto a das mulheres é de R$ 3.755,01.
A desigualdade se acentua quando o recorte é racial. Mulheres negras recebem, em média, R$ 2.864,39 — o equivalente a apenas 47,5% do que ganham homens não negros, cuja média salarial é de R$ 6.035,33. No relatório anterior, esse percentual era de 50,3%, o que indica um retrocesso na equidade racial e de gênero no país.
O relatório reforça a necessidade de políticas públicas mais efetivas para enfrentar as desigualdades estruturais no mercado de trabalho brasileiro.