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Papo Reto

Bons tempos 

Por que nos apegamos a nostalgia?  

O sentimento já foi considerado doença e motivo de internação é o tema do episódio do POV dessa semana

18/03/2025 - 17h11min

Atualizada em: 08/09/2025 - 18h43min

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Kim Kardashian e Paris Hilton

Podemos sentir “saudade” de algo que não vivemos? Ou pertencentes a um movimento anterior ao nosso nascimento? Com o boom de coisas ressurgindo e voltando a ser tendência por meio da nostalgia, parece que sim.

Mas nem só de momentos não experienciados vive a nostalgia. É comum que o sentimento de falta de algo que não podemos viver mais – mas em algum momento vivemos - apareça na nossa cabeça.

Aquela música da adolescência, o filme que remete a casa de mãe, a roupa que nos lembra de uma fase da vida. Tudo isso pode ser nostálgico e tem essa carga de energia muitas vezes reconfortante. 

Hoje, a nostalgia é um sentimento, ou quase um conceito global de comportamento, nos remete a sensações de carinho ou saudosismo. Seja uma lembrança específica, uma época da vida ou até mesmo uma cultura ou período que nem existiu na nossa vida. É aí que entra o apreço por algo que a maioria de nós nem viveu. Em parte, isso se deve à idealização do passado. 

Esse tempo que já foi costuma passar uma sensação de ser “mais simples”, cheio de autenticidade e genuinidade. Essa leveza da nostalgia vem de algo que acontece em nosso cérebro, já que os efeitos psicológicos e neurobiológicos causados em nossa mente quando nos sentimos nostálgicos são comprovadamente ligados a sensação de recompensa.

A nostalgia nos leva a coisas mais palpáveis na era do digital, onde podemos ter algo físico para representar e sentir aquilo que gostamos para além da tela de um celular, seja no disco da nossa banda favorita ou na foto impressa com nossos amigos.

Ainda não entendeu? A ATL te ajuda: se liga em tudo que é promovido pela nostalgia e está no nosso consumo do dia a dia:

Moda e estilos de vida

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Moda nostálgica

Roupas, acessórios e penteados inspirados em décadas anteriores estão sempre voltando e sendo tendência, afinal, a moda não é cíclica? Voltar no tempo sempre é uma boa saída para estar dentro de tendências. Foi assim que os brechós voltaram com tudo e se adaptaram as nossas rotinas.

Hoje vivemos o boom dos anos 00’: calças cintura baixa, baggy jeans, balone, coletes, correntes, cores vivas, croppeds masculinos, e relançamentos de clássicos. Tudo isso acompanhado de eventos e músicas que seguem a estética e nos deixam imersos em uma bolha de conforto.

Filmes e séries

Esse já não é novidade e aposto que você consegue nomear vários conteúdos que retomam tempos passados. Mas o que tem tomado a telinhas de vez são os remakes, live actions e sequências de clássicos que já conquistaram gerações.

Tecnologia

Aqui a moda é voltar no tempo. De câmeras digitais e analógicas (aquelas de filme mesmo) a design de eletrônicos de última geração. Quem não lembrou de seus antigos celulares flip quando a as novas telas dobráveis surgiram alguns anos atrás?

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Música

Relembrar bandas da nossa juventude ou fenômenos que nem vivemos está cada vez mais comum. É assim que festivais de música emo ou ingressos para a nova turnê de volta do Oasis esgotam ingressos em minutos. Não há novas músicas ou previsão de algo inédito, a aposta e relembrar o passado e viver a época das camisetas de banda e calça preta.

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Show do Oasis na turnê Live 25'

Além disso, a busca por discos de vinil tem inflacionado o mercado fonográfico e promovendo a abertura de novos comércios ano a ano. Os novos artistas embarcam na onda e as gravações em LP de seus álbuns se tornam itens de colecionador.

Mas qual é a diferença entre a nostalgia e a saudade?

Bom, basicamente a possibilidade do viver. Enquanto a primeira é a lembrança do que não pode voltar a acontecer, está apenas em nosso cérebro, a segunda é algo palpável, que na maioria dos casos pode ser sanada, por exemplo, ao reencontrarmos a pessoa de quem sentimos saudade.

O POV dessa semana trás Babi Bitencourt, Natã Nunes e Luis Leite para debater esse assunto e te dar aquele aperto no peito de saudade.



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