A ascensão da inteligência artificial pode desencadear uma das maiores crises de emprego da história moderna e ela pode começar antes do fim da década. O alerta é do economista e ex-ministro Adolfo Sachsida, que trata do tema em seu novo e-book gratuito “Princípios de economia e os desafios da inteligência artificial: a economia na era do preço zero”, lançado pela Gazeta do Povo.
Segundo Sachsida, o avanço acelerado da IA representa uma “quebra estrutural” comparável à Primeira Revolução Industrial (1760–1850), período marcado pela substituição massiva da mão de obra humana por máquinas.
A velocidade das mudanças é tão alta que inviabiliza uma realocação rápida dos trabalhadores. O resultado pode ser um verdadeiro tsunami de desemprego, afetando tanto a base quanto o topo da pirâmide profissional
AFIRMA O ECONOMISTA.
O especialista alerta que a disrupção causada pela tecnologia deve atingir de forma desigual diferentes faixas de qualificação, da classe média à elite intelectual.
Profissões em risco imediato incluem:
Alta qualificação: advogados, contadores, economistas, programadores e professores podem ver suas equipes reduzidas, com sistemas de IA assumindo parte das tarefas cognitivas complexas. Restariam apenas núcleos de supervisão humana para checagem e tomada de decisão.
Classe média-baixa: funções como porteiros, secretárias, motoristas e atendentes estão entre as mais vulneráveis à automação e à digitalização de serviços.
Setores específicos: escolas de idiomas, agências bancárias e empresas de tradução ou dublagem devem sofrer cortes significativos, diante da popularização de ferramentas de tradução automática e transações on-line.
Sachsida defende que governos e empresas invistam em educação tecnológica e requalificação profissional, sob pena de ampliar o abismo social. “A IA pode ser um divisor de águas entre quem entende o novo mercado e quem será deixado para trás”, conclui.

