Jimmy Cliff, um dos maiores nomes da história do reggae e responsável por levar o gênero ao cenário internacional, morreu aos 81 anos. A confirmação veio por meio de um comunicado emocionado assinado por sua esposa, Latifa, e pelos filhos Lilty e Aken.
“É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, faleceu devido a uma convulsão seguida de pneumonia”, escreveu Latifa. “A todos os seus fãs ao redor do mundo, saibam que o apoio de vocês foi sua força durante toda a carreira. Ele realmente valorizava cada fã pelo amor que recebia.” A família pediu privacidade e afirmou que mais informações serão divulgadas em breve.
A morte do artista deixa um vazio imenso na cultura jamaicana e no imaginário global, especialmente para quem cresceu ouvindo sua voz inconfundível ecoar em filmes, festivais e novelas brasileiras.
O homem que levou o reggae ao mundo
Jimmy Cliff nasceu para ser ponte: entre Jamaica e o mundo, entre música e cinema, entre luta e celebração. Considerado um dos pioneiros do reggae, Cliff ajudou a moldar o som que se tornaria patrimônio cultural global.
Dono de dois Grammys, Cliff Hanger (1985) e Rebirth (2012), o cantor ganhou ainda mais projeção com o clássico filme The Harder They Come (1972), que não apenas revelou sua presença como ator, mas também ajudou a popularizar o reggae fora da Jamaica.
Seu talento rendeu reconhecimento máximo no país natal com a Ordem do Mérito, e sua importância ultrapassou fronteiras: ele é um dos únicos jamaicanos presentes no Rock and Roll Hall of Fame, ao lado de Bob Marley.
Seus hits se tornaram eternos,“I Can See Clearly Now”, “You Can Get It If You Really Want”, “Wonderful World, Beautiful People” e “The Harder They Come” seguem atravessando gerações.
Jimmy Cliff também tinha uma relação especial com o Brasil. Ele morou no país nos anos 60, excursionou com Gilberto Gil, gravou com o Cidade Negra e marcou presença em trilhas de novelas, conquistando um espaço único na memória afetiva dos brasileiros.
A música perde um mestre, mas o mundo ganha um legado impossível de apagar. Jimmy Cliff transformou o reggae em linguagem universal, e agora descansa como viveu: gigante, luminoso e eterno.

