
Pensa em uma garota de uma cidade do interior. Isabella Buzzi nasceu em 30 de outubro de 2002, em Schroeder, Santa Catarina. Quando pequena, sofria bullying na escola. Ao terminar o segundo grau, foi aprovada no vestibular de Medicina. Porém, entendeu que este não era seu destino e contra a vontade, principalmente da família, optou por pegar seu violão, colocar embaixo do braço e tentar a vida de artista em São Paulo.
A Isa apostou tudo em um sonho: ela não tinha um plano B, partiu para o tudo ou nada. Tocou nas ruas de SP, no metrô, no drive-thru de lanchonetes, nas feiras do bairro japonês, distribuiu panfletos, colou cartazes, adesivos... enfim, ela fez tudo (e mais um pouco) para que suas canções chegassem às pessoas.
A garota que, na adolescência, gravava do seu quarto covers para colocar no YouTube começou a espalhar a sua marca, suas músicas autorais e suas ideias. Um single aqui, um EP ali, tudo de maneira independente. Até que, em 2023, foi indicada na categoria Artista Revelação do Prêmio Multishow, um dos mais importantes do país. E, sim, a Isa ganhou seu primeiro grande prêmio graças ao seu talento e à força de seus fãs, que votaram em massa em “Direitos Autorais”, seu primeiro grande hit.
Tive a oportunidade de tocar a música da Isa pela primeira vez na Atlântida, no Local Tracks, e depois de produzir seus tours por Portugal descobri uma jovem curiosa, apaixonada por histórias, por pessoas, por brechós e, claro, por pastéis de nata (rs). A fome da Isa é por sentimentos, emoções, por contar cantando a vida que a cerca. A juventude da Isa e a forma como ela se expressa, foca e trabalha são surpreendentes e, com toda certeza, isso tem inspirado muita gente da sua geração.
Atualmente, ela está em fase de lançamento de um novo trabalho com alguns singles já disponíveis. Mas não é apenas um álbum: é um disco imersivo, que vem com uma série (em vídeo) com vários episódios para o YouTube, um livro, uma variedade de produtos e, claro, muita música que vai girar pelo mundo em sua nova tour.
Assim como Dua Lipa, Rosalía, Omar Apollo e Marina Sena, a Isa foi selecionada para o YouTube Foundry, programa global do YouTube Music que apoia artistas independentes em ascensão. Aproveitando a ida dela para Nova York para o projeto do YouTube, enviei algumas perguntas e ela respondeu direto da Times Square.
Conheça um pouco mais sobre a Isa Buzzi e entenda como ela fez um tio, como eu, virar um Buzzer!
Confira a entrevista com Isa Buzzi
Edu: Como foi sua infância em uma cidade pequena no interior de Santa Catarina? Como a música entrou na sua vida, sua família era musical?
Isa: Eu acho que a música sempre fez parte da minha vida desde criança. Minha família sempre foi muito musical, minha mãe, meu pai. Então, a música sempre foi muito presente dentro da minha casa. Meu pai sempre gostou de muito de rock, de blues, de jazz, minha mãe também. Então, eles sempre me colocaram nesse universo, me incentivaram a começar a cantar e acho que a minha infância inteira, morando numa cidade pequena, foi rodeada de muita música e de muito amor.
Edu: Como você era na época da escola? E em que momento decidiu tentar vestibular para Medicina? Queria que você contasse também o que aconteceu nesse processo: o que você deixou pra trás, como acabou migrando para a música e quando percebeu que era isso que queria como profissão, aquele “agora vai” mesmo?
Isa: Eu estudava em uma escola muito conservadora. Era aquelas escolas que a galera saía só para fazer medicina ou engenharia e eu sempre tive o sonho de ser artista, sempre quis trabalhar com música.
Então, esse processo foi muito difícil, tanto que no terceiro ano, quando eu tava para me formar, eu passei em medicina e veio aquela dúvida crucial: "O que eu faço?" E aí você ouve todo mundo ao seu redor falando: "Não, vai fazer medicina. Deixa a música como hobby, como segunda opção", mas sempre esteve no meu coração e com o empurrãozinho da minha avó, que acreditava demais no meu sonho, eu segui por esse caminho e para mim é um dos maiores presentes.
E a partir desse dia, a música esteve comigo e vai estar até o final da minha vida.
Edu: Você sabia que seu primeiro single tocou na Atlântida antes de tudo acontecer? Você costuma ouvir rádio? O que te atrai nesse formato?
Isa: Para mim, é uma loucura total que a minha música toque na Rádio Atlântida, porque eu sou do Sul e eu sempre ouvi a rádio com muito amor e muito carinho. Às vezes, indo para a escola e voltando para casa, a rádio estava sempre presente. Então, hoje em dia, saber que a minha música toca lá e que as pessoas que estão ouvindo a rádio me conhecem e conhecem um pouco do meu trabalho é muito especial e significativo. Eu lembro que a primeira vez que eu soube que tocou, eu fiquei emocionadíssima, porque para mim é realização de um sonho.
Edu: Conta para a gente sobre esse projeto imersivo e de tudo que está rolando com esse disco que está chegando aos poucos.
Isa: O Clube dos Corações Partidos é um projeto super autêntico e superlegal para o álbum, a gente vai fazer uma série sobre todo o álbum, estilo Netflix. Então, ela tem todos os personagens e os cenários que eu sinto nas músicas e, de pouco em pouco, ela vai contar a história desse álbum, fazendo com que quem assista se sinta parte desse processo, se sinta presente no álbum. E é muito gostoso, porque além da gente fazer a música e lançar o álbum, a gente também vai ter um livro.
Confira a entrevista completa em vídeo
Conteúdo com edição de Natalie Oliveira.

