
É um bom momento para viver o rap feminino. Artistas como Karol Conká e Flora Matos abriram as portas para que mulheres como Ajuliacosta tivessem um espaço significativo na cena musical. Aos 27 anos, Julia Roberta, é uma das maiores revelações dos últimos anos. Natural de Mogi das Cruzes, Aju tem muito a dizer no seu terceiro álbum de estúdio: Novo Testamento.
Em março de 2024, a cantora inglesa Charli Xcx fez uma declaração no programa Subway Takes - e isso já vai fazer sentido. No vídeo, ela diz que, para um artista ser bom, requer mais do que boas músicas. Requer cultura e reconhecimento de espaço. Veja abaixo:
Rima e resistência
Ajuliacosta faz isso muito bem. Ela escreve desde os 13 anos. Canta o que ela vive, sente e vê. E isso, por mais clichê que possa soar, faz dela única. É possível ter essa noção nos seus álbuns: Aju e Brutas Amam, Choram e Sentem Raiva, que ultrapassou 40 milhões de streams.
Ouça Aju
Ouça Brutas Amam, Choram e Sentem Raiva
A gente vê isso em atitudes, como na vez que ela cancelou um show que faria em Florianópolis quando descobriu que o contratante teria agredido uma Dj e a sua companheira.
A gente viu isso, também, na era “Você Parece Com Vergonha” falando sobre relacionamento abusivo.
Ajuliacosta vive o que fala quando chamou várias minas do rap para gravar músicas e fortalecer o trabalho de quem está na mesma correria que ela, no SET AJC 1 e SET AJC 2
Aju também foi destaque no projeto Poetas no Topo, que mesmo sendo a única mina presente, ela foi o destaque.
E ainda quando ela ganhou o prêmio de Artista Internacional Revelação no Bet Awards 2025, uma premiação de visibilidade global.
Rap com protagonismo feminino
Faz três semanas que Ajuliacosta lançou Novo Testamento, um álbum com 11 faixas inéditas que revisitam a essência do rap na melodia e na caneta. E reforçam o seu posicionamento contra o machismo estrutural.
Novo testamento é intimista, mas também coloca em evidência as necessidades atuais de mudança na música e na sociedade, de maneira geral. Tudo isso com uma sonoridade que junta a vertente clássica do rap, o boombap dos anos 80, com a atualidade e o trap. E ainda com parcerias de peso como KL Jay, mu540 e ATLl niss, voz do R&B.
Aju é estratégica quando une a moda com a música e se torna empresária da ajc shop, deixando ainda mais evidente que ela consome o que acredita e produz o que vive.
Com discurso e presença, na moda e na música, Ajuliacosta está aí para formar mulheres espertas que sabem como movimentar esse jogo.