A Irlanda acaba de transformar em política permanente o programa de renda básica para artistas, uma iniciativa que garante €325 por semana (cerca de R$ 2.100) para quem vive de arte, cultura e criação. O projeto, que começou em 2022 como teste, mostrou resultados tão positivos que o governo decidiu torná-lo definitivo a partir de 2026.
O ministro da Cultura Patrick O’Donovan anunciou a decisão afirmando que o programa “é a inveja do mundo” e que o sucesso da fase piloto provou que investir em arte é investir na economia e no bem-estar social.
O que é o programa de renda básica para artistas
Chamado de Basic Income for the Arts (BIA), o projeto foi criado para enfrentar um problema antigo: a instabilidade financeira dos trabalhadores criativos. Durante o piloto, cerca de 2.000 artistas, músicos, escritores, atores, dançarinos e profissionais da cultura receberam o valor semanal, independente de produção comercial.
A ideia era simples e ousada: permitir que artistas pudessem criar com liberdade, sem depender exclusivamente de editais, bicos ou empregos paralelos. O governo irlandês arcava com o valor como forma de reconhecer o papel da arte na sociedade.
Resultados do período de teste
Os resultados surpreenderam até os céticos. De acordo com relatórios divulgados pelo governo, os beneficiários relataram:
- Redução significativa do estresse financeiro;
- Aumento do tempo dedicado à criação artística;
- Melhora na saúde mental e na produtividade;
- E um impacto positivo na economia cultural local.
Além disso, 90% dos participantes afirmaram ter conseguido dedicar mais horas ao trabalho criativo, e muitos começaram novos projetos ou colaborações que antes não seriam possíveis.
Com esses dados, a Irlanda decidiu ampliar o programa e abrir novas inscrições em setembro de 2026, com foco em alcançar mais áreas criativas e garantir sustentabilidade a longo prazo.

