“Quem já foi no fundo do seu próprio poço tem o que falar. Não importa a profundidade.”
Depois do Fim é o novo álbum visual da Lagum que marca um momento introspectivo da banda. A Atlântida teve acesso a informações exclusivas. Confira aqui!
Foram dias isolados, resgatando as próprias referências e se conectando como banda que Pedro Calais, Franciso Jardim, Zani Furtado e Jorge Borges, deram vida ao “Depois do Fim”, um disco que inicia sua narrativa a partir de um fim de um relacionamento, mas digamos que, não seja necessariamente sobre isso. “Eu diria que é um mergulho para dentro de si [...]” Afirma Pedro. Para Jorge, o álbum ganhou uma importância ainda maior quando percebeu a necessidade de falar sobre os diversos fins que eles viveram recentemente e como, enquanto grupo e pessoas, podem lidar de forma saudável, aceitando que os fins sempre vêm “Os fins que vivemos impactaram na nossa musicalidade, como fazer um disco sem baterista. A gente acredita que o fim está sempre presente na vida das pessoas. Esse álbum, eu sinto que ele partiu desse início, do fim de um relacionamento amoroso, mas todo mundo, em algum momento da vida, tá passando por um fim. Seja profissional ou pessoal. A gente espera que essas reflexões toquem as pessoas pelo fim que elas estão vivendo também. ”
Composto por 14 faixas, a produção não conta com nenhum feat por escolha própria dos integrantes da banda. Por ser um projeto mais introspectivo e que apresenta a Lagum de outra forma, com diversas sonoridades. Do Djavan ao Frank Sinatra, a banda se aventurou por outros estilos e até mesmo outros instrumentos com o objetivo de experimentar novas possibilidades. Joao Gilberto como referência. Gorillaz e pink Floyd. “Quando se trabalha com música, a gente vai tocando e interiorizando diferentes sonoridades. É como se formasse uma biblioteca de sons, e no momento certo, você coloca pra fora algo que não sabe de onde vem.”
Em entrevista coletiva, os integrantes contaram com exclusividade quais foram as composições favoritas de cada um:
JORGE | "Habite-se"
FRANCISCO | "Nem vi que o tempo voou"
ZANI | "Ou não"
PEDRO | "Coisa Boa"
Os vínculos de cada integrante da banda se fortaleceram ainda mais depois dessa construção. Isso porque exigiu colaboração da rede de apoio da banda. Os vídeos do álbum foram produzidos com uma câmera emprestada do irmão do Pedro e as pessoas que participaram dos clipes se dispuseram, como um casal de namorados que tomou banho na frente deles. O álbum, de forma geral, foi feito à mão, quase que artesanal. Pedro conta que na música “Coisa Boa”: “Em frente ao estúdio tinha uma lagoa, o sapo fazia um barulho, gravamos e sampleamos o áudio. Tem uma profundidade na simplicidade. ”
Anteriormente ao lançamento do álbum, a Lagum lançou um EP com três faixas e apenas uma dela entrou pro trabalho mais recente de forma definitiva: “Depois do fim tinham músicas que eram cara de fim. Só entrou ponto de vista pro álbum, mas a gente não tava encontrando essas músicas que tinham cara de fim no álbum. Foi uma decisão também de virar a chave da nova fase. Foi uma decisão artística: no sentido de contar história, encaixotar o que era de cada produto e numa visão mercadológica de comunicação.”
De acordo com a banda, esse é o começo de novos trabalhos que vão surgir com propostas diferentes. “Os próximos trabalhos vão ser diferentes. Vamos apresentar todas as variáveis que mexem com a gente” afirma Jorge.
Ouça o álbum completo: