A música sempre teve um papel decisivo nas séries de TV, e em 2025 isso ficou ainda mais evidente. Uma escolha certeira pode transformar uma boa cena em algo inesquecível, ressignificar um clássico ou apresentar um novo artista a milhões de pessoas. Nesta lista, a Rolling Stone reúne os melhores usos musicais do ano, entre baladas melancólicas, explosões de rock, pop ousado e trilhas feitas sob medida para a narrativa.
O Estúdio, com Gordon Lightfoot, “If You Could Read My Mind”
A comédia da Apple TV+ dominou o Emmy e levou também o prêmio de Supervisão Musical. A balada de Gordon Lightfoot aparece três vezes no episódio “The Note” e funciona como comentário irônico sobre egos, frustrações e finais ruins em Hollywood. O efeito é cômico, melancólico e perfeitamente calculado.
O Urso, com St. Vincent, “Slow Disco”
O terceiro episódio começa com uma longa cena silenciosa na cozinha, embalada quase integralmente por “Slow Disco”. A música acompanha cada movimento de Sydney e reforça o tom introspectivo da série. No final da temporada, a versão “Fast Slow Disco” retorna, fechando o arco com precisão emocional.
Hacks, com SG Lewis & Loods, “Paradise”
No caótico episódio em Las Vegas, “Paradise” surge como trilha de um desastre anunciado. A música toca no auge da festa, com Deborah, Ava e companhia entrando na boate em câmera lenta. Funciona como um hit de pista e como cola narrativa em um episódio carregado de música.
Ruptura, com The Stone Roses, “Love Spreads”
A série segue apostando na trilha minimalista de Theodore Shapiro, mas abre espaço para o rock noventista dos Stone Roses logo no início de “Who Is Alive?”. A música acompanha Harmony na estrada e Mark em sua rotina até a Lumon, aumentando a tensão a cada batida.
I Love LA, com Peaches, “Boys Wanna Be Her”
A nova aposta da HBO Max usa o clássico de Peaches como trilha de reconciliação e afirmação. Após uma conversa sincera no banheiro, as protagonistas retornam à festa ao som do hino provocador de 2006. O recado é claro e fecha o episódio com identidade.
Malice, com Ashnikko, “Cheerleader”
Na minissérie de suspense, “Cheerleader” explode em uma cena de boate de strip-tease no segundo episódio. A faixa acompanha o excesso, a provocação e o incentivo autodestrutivo do momento, funcionando tanto como trilha diegética quanto comentário psicológico.
Black Rabbit, com Fontaines D.C., “Boys in the Better Land”
A música é parte da identidade da série, e o pós-punk do Fontaines D.C. entra em cena quando Vince se arrisca em um jogo de pôquer de alto valor. A bateria frenética e os vocais secos dominam a sequência e reforçam o perigo crescente. A banda ainda retorna mais adiante com “Starburster”.
Alien: Earth, com Metallica, “Wherever I May Roam”
A série usa clássicos do rock pesado nos créditos finais, mas Metallica entrega o momento mais impactante. “Wherever I May Roam” encerra um episódio brutal, enquanto um Xenomorfo morre, outro nasce e o horror atinge seu ápice.
Ninguém Quer, com Finneas, “Palomino”
Finneas assina a faixa original da série da Netflix, que surge no final de “The Unethical Therapist”. Com pegada country-rock e produção limpa, “Palomino” acompanha a despedida emocional de Noah e marca um ponto de virada no relacionamento do casal.
Pluribus, com Murat Evgin, “Nobody Told Me”

A nova série de Vince Gilligan usa poucas músicas, mas cada escolha é cirúrgica. A versão turca de “Nobody Told Me”, encomendada especialmente para os créditos de “Pirate Lady”, ganha significado extra no episódio seguinte, mostrando como, em Pluribus, nada é gratuito.

