Nascida em 14 de março de 1999, em Londres, Olivia Lauryn Dean cresceu em um lar multicultural, filha de mãe guianense-jamaicana e pai inglês. Essa mistura, que mais tarde se tornaria sua assinatura na música, já aparecia na infância. Em casa, a cantora conta que o som ia de Lauryn Hill a Bob Marley, passando por discos antigos de soul e reggae.
Desde cedo, Olivia demonstrava que queria viver de música. Participava de corais, estudava canto e, aos 15 anos, foi aceita na The BRIT School, a mesma instituição que revelou Adele, Amy Winehouse e Rex Orange County. Lá, aprendeu técnica, performance e produção.
Em entrevistas, ela costuma dizer que o que mais a marcou na escola foi “aprender a ser vulnerável sem ter vergonha”. E talvez seja exatamente essa frase que resuma o que viria depois.

Antes do sucesso: os primeiros passos
Antes de se tornar um nome solo, Olivia trabalhou como backing vocal e fez pequenos shows em pubs londrinos. Em 2018, lançou o primeiro single, “Reason to Stay”, que mostrava uma sonoridade leve e introspectiva, uma mistura entre jazz contemporâneo e pop alternativo.
O reconhecimento começou a vir aos poucos, com o EP “OK Love You Bye” (2019), seguido de “What Am I Gonna Do On Sundays?” (2020). As músicas eram sinceras, conversavam sobre separações, recomeços e dúvidas, tudo com um toque de humor e honestidade. Essa sinceridade de uma Olivia jovem que conquistou fãs e críticos.
Em 2021, Olivia foi eleita “Breakthrough Artist of the Year” pela Amazon Music UK, confirmando que sua voz não passaria despercebida.
A sonoridade leve de Olivia
O som de Olivia Dean é uma fusão entre neo-soul, pop e jazz, com arranjos orgânicos, vocais suaves e letras que soam íntimas, como se fossem uma conversa de sussurada.
Ela já citou Amy Winehouse, Lauryn Hill, Carole King e Norah Jones como influências, mas também diz ouvir música brasileira, reggae e jazz etíope. Essa pluralidade aparece na textura de suas canções: violões de bossa nova, batidas suaves e metais que remetem ao soul clássico.
Não quero parecer retrô, quero parecer honesta. Minha música é moderna porque sou eu agora
OLIVIA EM ENTREVISTA À VOGUE UK
“Messy” (2023)
Seu primeiro álbum, “Messy”, foi lançado em 2023 e já deixava claro que Olivia não tinha medo de se mostrar.
Ela escreveu sobre os altos e baixos de amar e ser amada, sobre confusão emocional e sobre aprender a deixar ir.
O disco foi aclamado pela crítica britânica, com a BBC descrevendo como “um retrato honesto de uma mulher aprendendo a ser ela mesma no caos”.
“Messy” abriu as portas para o mercado internacional e foi o passo necessário para o grande salto que viria dois anos depois.
“The Art of Loving”
Em setembro de 2025, Olivia lançou “The Art of Loving”, um álbum inspirado no livro All About Love da escritora e pensadora feminista bell hooks. O disco parte de uma pergunta simples e poderosa: “O que é amor quando não há romantização?”
Gravado em uma casa transformada em estúdio no leste de Londres, o projeto nasceu de forma artesanal: Olivia levou seu próprio piano, chamou amigos músicos e montou um ambiente íntimo, sem pressa.
Ela queria que o álbum soasse “como o lar”, contou a Vogue UK.
O resultado é uma coleção de faixas que exploram diferentes formas de afeto: o amor por si, pelos outros, pelos amigos, e até o amor que acaba.
Destaques como “Man I Need”, “Nice to Each Other” e “So Easy (To Fall in Love)” misturam batidas suaves e letras afiadas com arranjos de cordas e metais.
Aprendi que amar é mais sobre prática do que sobre sentimento. É disciplina, não destino
OLIVIA DEAN À HARPER’S BAZAAR
O disco estreou no topo das paradas britânicas e colocou Olivia no mapa global, com direito a indicações no Grammy 2026, incluindo Artista Revelação.
Presença e autenticidade
Mais do que uma cantora, Olivia Dean é uma performer que entende a sutileza da emoção. Em shows, a vibe segue sua sonoridade: sem coreografias mirabolantes nem figurinos extravagantes, vestidos de marcas e estilistas clássicos dão o toque no estilo tão único de Olivia.
Durante a turnê de 2025, abriu shows de Sabrina Carpenter nos Estados Unidos, onde conquistou público novo e elogios da crítica norte-americana.
Seu visual também virou marca: estética minimalista, maquiagem leve e roupas que misturam elegância britânica e um toque vintage. Olivia é o tipo de artista que parece “de verdade”.
Vida amorosa
Olivia Dean é do tipo que transforma sentimentos em canção, mas não vive com a cabeça nas nuvens. Reservada quando o assunto é sua vida amorosa, ela prefere deixar o coração falar nos versos e não nas manchetes.
Em entrevistas, já comentou que se inspira nas “imperfeições dos relacionamentos reais”, e que suas letras são menos sobre contos de fadas e mais sobre vulnerabilidade, respeito e autoconhecimento.
Em meados de 2024, surgiram os rumores de que Harry Styles e Olivia estavam juntos: os dois foram vistos saindo de um Five Guys em Londres e aparecendo juntos em um festival na Espanha. Ainda assim, nunca houve confirmação oficial, Olivia chegou a dizer que “não precisa estar em um relacionamento para existir”.
Em 2025, Olivia foi fotografada de mãos dadas com Eddie Burns, baterista e músico que vem de uma linha mais discreta e de bastidores.

Conexão com o Brasil
Mesmo sendo londrina até o sotaque, Olivia Dean guarda uma relação especial com o Brasil. A cantora já citou artistas como Jorge Ben Jor e Gal Costa como inspirações rítmicas, principalmente na maneira de misturar leveza e intensidade em uma mesma faixa.
Além disso, a britânica já deixou claro o carinho que sente pelo país: em entrevistas, cita o desejo de “viver o Carnaval de verdade” e mergulhar na energia brasileira de corpo e alma. Ela foi além das playlists: em 2024 desembarcou no Rio de Janeiro para um show intimista em parceria com DHL e a Vivendo Um Sonho Surf (VUSS), escola de surfe situada na favela da Rocinha.
Na visita, além de cantar para um público dedicado, Olivia e a DHL doaram equipamentos, camisetas de proteção solar, guarda-sóis, carrinho para pranchas e etc, para a comunidade local de surfistas.
E não para por aí: a relação aparece também na música. A jovem artista incluiu em seu repertório covers que reverenciam o Brasil, entre eles uma versão de “Corcovado”, do lendário Tom Jobim.
Se o pop britânico é um espelho da sua época, Olivia Dean é o reflexo mais nítido de agora: sensível, autêntica, elegante e real.

