A música brasileira amanheceu mais silenciosa neste domingo (2). Lô Borges, cantor, compositor e ícone do Clube da Esquina, morreu aos 73 anos em Belo Horizonte, após complicações decorrentes de uma intoxicação medicamentosa. O artista, que estava internado desde 17 de outubro, foi uma das vozes mais originais e sensíveis da MPB, um mineiro que transformou janelas, trens e girassóis em canções eternas.
Lô deixa um repertório que atravessa gerações e cinco décadas de carreira, além de um último disco lançado em agosto, Céu de Giz, em parceria com Zeca Baleiro. Um artista inquieto até o fim, que ainda subia em palcos, criava melodias e, de vez em quando, voltava à famosa esquina de Santa Tereza para tocar de surpresa, como quem visita sua casa de família.
Relembre 5 trabalhos marcantes de Lô Borges
1. “Clube da Esquina” (1972)
Com apenas 20 anos, Lô e Milton Nascimento lançaram um dos discos mais revolucionários da música brasileira. Misturando rock, jazz, psicodelia e bossa nova, o álbum trouxe clássicos como O Trem Azul, Tudo o Que Você Podia Ser e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo.
2. “Lô Borges” (1972)
Conhecido como o “disco do tênis”, por causa da icônica capa fotografada por Cafi, o primeiro álbum solo do cantor é puro espírito jovem, despretensioso, livre e melódico. Faixas como Trem de Doido e Toda Essa Água traduzem o desejo de partir e descobrir o mundo.
3. “A Via Láctea” (1979)
Um dos momentos mais líricos da carreira de Lô. O disco traz Clube da Esquina nº2 (agora com letra de Márcio Borges), Vento de Maio e Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor. É o retrato da maturidade do artista, que já sabia transformar melancolia em beleza.
Famosos lamentam a morte de Lô Borges
Milton Nascimento
Samuel Rosa
Rogério Flausino
Fafá de Belém
Serginho Groisman
Elba Ramalho
Lô Borges partiu, mas deixou uma legião de fãs, letras e sonhos. Sua obra segue atravessando gerações.

