Baco Exu do Blues acaba de liberar “HASOS”, seu quinto álbum de estúdio e provavelmente o mais complexo e ousado de toda a carreira.
O projeto chega às plataformas digitais carregado de simbolismos, narrativas e referências que atravessam arte, literatura, cinema e espiritualidade.
“HASOS” significa “a humildade mata o orgulho” em latim ou, melhor dizendo, é um anagrama encontrado por Baco na espada de uma pintura de Caravaggio. A frase virou o ponto de partida para o conceito do disco, que o artista desenvolveu ao longo de três anos.

Caravaggio, duelos, fuga e luz e sombra: as inspirações por trás do disco
A influência do pintor italiano não é só estética, ela é narrativa. Baco conta que mergulhou profundamente na vida de Caravaggio e descobriu histórias que o atravessaram de imediato. O artista matou duas pessoas em duelos, teve a cabeça posta a prêmio e precisou fugir. Ao chegar em outra cidade, passou a retratar figuras marginais em suas pinturas, que eram consumidas pela elite religiosa sem que eles percebessem quem realmente estava nas telas.
Esse contraste entre luz e sombra, beleza e violência, arte e conflito, conduz o espírito de “HASOS”. Caravaggio inclusive dá nome a uma das faixas: “Caravaggio Com Colar de Gandhy”.
Além disso, Baco cita direta ou indiretamente referências como Martin Scorsese, Glauber Rocha, Jorge Amado, Rubem Alves e Ariano Suassuna. O resultado, segundo um amigo historiador que ouviu o projeto antes, é um disco “bem Jorge Amado”, como o próprio Baco relembra.
O álbum mais colaborativo da carreira
Apesar de inicialmente não querer chamar ninguém, Baco admite que o tamanho das narrativas pedia outras vozes. O resultado é o álbum com o maior número de participações da trajetória dele.
Participam:
- Vanessa da Mata
- Teto
- Zeca Veloso
- Sued Nunes
- Joyce Alane
- Mirella Costa
- IVYSON
- Carol Biazin
Além disso, “HASOS” traz textos interpretados por:
- Fabrício Boliveira
- Luiz Carlos Persy
- Raphael Logam
- Wesley Reis
- Luellem de Castro
Segundo Baco, essas colaborações foram essenciais para acessar emoções e lugares que ele não conseguiria alcançar sozinho. “Não dá para fazer tudo sozinho”, afirmou.
O que esperar de “HASOS”?
Baco revela que a intenção era fazer um álbum em que ninguém saísse impune, onde cada pessoa, inevitavelmente, seria atravessada por pelo menos uma faixa.
O resultado é um trabalho que combina lirismo, provocação, espiritualidade, crítica e intimidade, mantendo a identidade do artista, mas ampliando sua forma de contar histórias.
“HASOS” já está disponível nas plataformas e marca o início de um novo ciclo na carreira de Baco Exu do Blues.

