Céu está de volta aos holofotes e em clima de celebração. A cantora paulistana é a nova convidada do Tiny Desk Brasil, versão nacional do icônico projeto da NPR, que estreia nesta terça-feira (28), às 11h, no YouTube.
Com uma carreira que mistura samba, dub, soul, beats eletrônicos e poesia urbana, Céu comemora 20 anos do disco que a revelou ao mundo, o autointitulado Céu (2005). No repertório, ela revisita faixas que marcaram sua trajetória, como “Malemolência”, “Lenda”, “Ave Cruz”, “Grains de Beauté” e o hit “Varanda Suspensa”.
“Foi muito especial participar do Tiny Desk Brasil, que celebra a força do músico e da música em sua raiz”, contou Céu. “As pessoas que estão ali presentes se tornam parte do processo e sentem, junto com o artista, a intimidade e a vulnerabilidade daquele momento. Eu amei.”
No palco, ou melhor, entre as estantes e cabos do Tiny Desk, Céu está acompanhada de uma banda completa: Sthe Araujo (percussão), Leonardo Mendes (guitarra), Lucas Martins (baixo), DJ Marco (pick-ups), Zé Ruivo (teclados) e Pupillo (bateria). “Até pensei em fazer voz e violão, mas lembrei dos programas incríveis com banda gigante. Estamos celebrando 20 anos, então é hora de ir com tudo”, brinca a cantora.
O Tiny Desk Brasil marca um reencontro simbólico: Céu já havia sido convidada para gravar a versão original do projeto nos Estados Unidos, mas a pandemia adiou os planos. Agora, o retorno vem em grande estilo, com uma produção que reflete a essência do formato proximidade, emoção e verdade sonora.
Além da nostalgia, o episódio também reforça a relevância de Céu no cenário contemporâneo. Desde o lançamento de Céu (2005), indicado ao Grammy Latino e ao Grammy de World Music Contemporânea, a artista segue explorando novos caminhos e mantendo viva sua identidade.
Entre as faixas escolhidas, a cantora destaca algumas que seguem tão potentes quanto há 20 anos: “Lenda” e “Bobagem”, com viés feminista, e “Roda”, que abre com o verso “consciência, maior arma, mapa para qualquer lugar”, um lembrete do quanto sua obra continua atual.
“Meu primeiro álbum é um extrato de quem eu sou”, diz Céu. “Essas músicas representam a fase inicial, mas também continuam fazendo sentido hoje.”
Do estúdio para o mundo, Céu mostra que duas décadas depois, continua malemolente, consciente e completamente à vontade em ser quem é, exatamente o que faz dela uma das artistas mais autênticas da música brasileira.

