Considerado a sequência da essência do rock, Dominic Richard Harrison é um cantor-compositor britânico com uma das vozes - e atitude - mais explosivas da música atual. O estilo e comportamento andam juntos, trazendo características de grandes artistas que já passaram por aqui e serviram de inspiração para o cantor de 28 anos.

Com as sonoridades do punk rock, as melodias cativantes do pop e a intensidade do rock alternativo, sua versatilidade o levou a trabalhar com artistas como Avril Lavigne, Halsey, Travier Barker e Machine Gun Gelly. Suas letras abordam críticas sociais, ansiedade e sexualidade, já que ele se considera e fala sempre que possível sobre ser sexualmente fluido. Esse conjunto faz dele uma das maiores apostas da indústria da música, mas em qualquer oportunidade de se pronunciar sobre o assunto, ele deixa claro que não se importa com isso.

Infância é carreira

Nascido em Doncaster, Inglaterra, em 1997, Dominic teve contato com a música logo cedo e carrega essa arte no sangue: seu avô tocou com a lendária banda T. Rex. Harrison abandonou a faculdade de artes e chegou a aparecer no The Voice, seguindo os genes da família, mas saiu depois de um encontro. Apesar disso, suas primeiras aparições foram na indústria cinematográfica, em 2016, nos primeiros episódios de The Lodge, série do Disney Channel. Em uma entrevista ao The Guardian, Yungblud contou detalhes sobre a saída dele na série: "Eles me contrataram por três temporadas, mas eu saí depois de uma", diz ele. "Eles sabiam que eu era um punk."

Essa atitude e, de certa forma, relutância em seguir as regras é aparentemente governada pelo espírito e Amy Winehouse “Ela é uma artista com quem me identifico muito. Eu poderia chorar toda vez que falo sobre ela. Eu sinto que ela simplesmente diz: 'Diga a porra da verdade'. Apenas diga a verdade, porque agora ela está em falta” disse Yungblud em entrevista ao The Guardian.

O começo na música

Foi em 2017 que Harrison passou a se concentrar totalmente na música. De acordo com o cantor, as músicas começaram a surgir rapidamente: “Eu estava com muita raiva e tantas perguntas sobre o mundo” em entrevista ao The Guardian. Ele conta, também, que foi inicialmente rejeitado pelas gravadoras britânicas, que não tinham interesse no trabalho, e pensavam que ele era mais um cantor indie para a indústria. Depois desse episódio, Yungblud se mudou para os Estados Unidos e foi aí que construiu sua base de fãs organicamente por meio de um fluxo constante de singles e conteúdo nas redes sociais.

Em 2018, assinou com a Interscope e lançou seu primeiro álbum de estúdio, intitulado como 21st Century Liability. Com a arte de Harrison em uma camisa de força, ele moldou sua imagem para o “esquisito” totalmente estilizado, mesmo quando a música traz uma melodia e essência parecido com Nirvana, por exemplo.

Apesar de ter funcionado no início da carreira, atualmente Yungblud discorda dessa imagem e afirma “Quando as pessoas escrevem sobre mim como essa pessoa para o outsider, acho que é muito superficial", diz ele. "Admito que começou assim. Mas é muito mais profundo do que isso; não é um slogan em um outdoor."

13 Reasons why e fleabag

Foi também em 2013 que Dominc ganhou mais popularidade, depois de fazer parte da trilha sonora da série 13 Reasons Why, produção da Netflix, com as faixas: 

“Falling Skies”, em parceria com a cantora Charlotte Lawrence

“Tin Pan Boy”

“Die a Little”

Para quem é fã da famosa série escrita pela Phoebe Waller-Bridge e lançada em 2016, talvez fique com uma dúvida: Yungblud tem uma música chamada “Fleabag”. Apesar das produções não terem uma ligação confirmada, a letra de Yungblud conta uma história bem parecida, sobre solidão e autenticidade.

Relação com Ozzy Osbourne

Não é uma novidade que Yungblud bebe da fonte de Ozzy Osbourne quando se trata de comportamento e música. Um momento marcante de sua carreira foi a participação de Ozzy Osbourne em seu clipe The Funeral, em 2022. O príncipe das trevas já elogiou publicamente o talento do britânico e já deu conselhos marcantes como Yungblund relembrou durante a participação no podcast Wild Ride!: “Nunca se comprometa. Eles vão se resolver.”

VMA 2025

No VMA 2025, Yungblud surpreendeu quando participou de uma homenagem a Ozzy Osbourbne, ao lado Nuno Bettencourt, do Extreme, Steven Tyler e Joe Perry, do Aerosmith. Aliás, o auge da homenagem foi quando Yungblud e Tyler cantaram Mama, i”m coming home. Mesmo aposentado dos palcos desde 2024, por causa de uma lesão nas cordas vocais, Tyler brilhou e dividiu os vocais com Yungblud na segunda metade da música. De acordo com a Billboard, Yungblud reproduziu perfeitamente o grito de “Crazy Train”, caminhou pelo palco com a energia de um felino selvagem e de um garoto realizando seu maior sonho.

E a surpresa foi tão positiva que a Billboard elegeu como a quarta melhor apresentação da premiação, ficando abaixo de Tate Mcrae, Sabrina Carpenter e Lady Gaga, respectivamente.

Yungblud no Brasil

Yungblud já conta com 5 álbuns de estúdio, sendo o mais recente o Idols, lançado em junho deste ano e já tem data confirmada para visitar o país. O artista desembarca em solo brasileiro no dia 20 de dezembro, em São Paulo, no Allianz Parque, como convidado especial do festival Loserville, do Limp Bizkit. Os ingressos estão à venda no site da Eventim.