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Madonna: 67 anos reinando no pop 

Do Michigan para o mundo, a artista reinventou moda, música e comportamento e criou o manual de como ser um ícone antes mesmo do termo existir

15/08/2025 - 08h00min

Laura Copelli
Laura Copelli
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Madonna não só sobreviveu a quatro décadas no centro do pop, ela escreveu as regras do jogo. Tudo o que entendemos hoje como “era musical”, “conceito visual” e “performance pensada para internet” já estava nos planos dela muito antes do streaming existir.

Entre polêmicas, recordes, revoluções visuais e hits eternos, a rainha do pop transformou cada passo da carreira em um acontecimento. Por isso, no aniversário de 67 anos de Madonna, a ATL te relembra (ou te conta pela primeira vez) tudo sobre a carreira desse ícone. 

Anos 70 

Madonna Louise Veronica Ciccone nasceu em 1958, em Bay City, Michigan. Após perder a mãe muito cedo, ela aprendeu a ser independente ainda adolescente. Em 1978, largou a faculdade de dança e foi para Nova York com US$ 35 no bolso, prometendo a si mesma: Não vou voltar até ser famosa”, como declarou em entrevistas sobre sua carreira.  Trabalhou como dançarina, cantora de bandas punk, baterista e até caixa de lanchonete.

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Madonna no final dos anos 1970

1983 

O primeiro álbum, Madonna, trouxe faixas como Holiday e Borderline e apresentou ao mundo sua mistura única de pop, dance e ousadia visual. Madonna já entendia que imagem e música precisavam andar juntas, e investiu em criar uma imagem forte de si já no primeiro álbum. 

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Capa do primeiro álbum de Madonna

1984 

A performance no MTV Video Music Awards de vestido de noiva, rolando no chão ao som de Like a Virgin, foi o divisor de águas. O álbum vendeu milhões, e a polêmica virou sua marca registrada. 

1985–1986 

Enquanto Material Girl consolidava sua imagem de mulher ambiciosa e no controle, Madonna também chamava atenção pela vida pessoal. O casamento tempestuoso com Sean Penn virou manchete constante. No cinema, brilhou em Procura-se Susan Desesperadamente (1985).

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Madonna e Sean Penn recém casados

1989 

O clipe de Like a Prayer trouxe cruzes em chamas, estigmas e um beijo em um santo negro. Resultado: censura, contratos publicitários cancelados e ataques da Igreja Católica. Para Madonna, publicidade negativa não existia, só combustível para se reinventar.

1990 

Inspirada pelo ballroom nova-iorquino, Madonna lançou Vogue e levou o voguing para o mundo todo. O Blond Ambition Tour elevou o padrão dos shows pop com figurinos icônicos (o sutiã cônico de Jean Paul Gaultier) e coreografias dignas de Broadway.

1992 

Enquanto o mundo ainda era conservador em relação à sexualidade feminina, Madonna lançou Erotica e o livro fotográfico Sex, com imagens explícitas. Foi boicotada por rádios e canais de TV, mas também abriu espaço para um debate global sobre censura, liberdade e desejo. Logo depois, em 1993, Madonna embarcou na sua quarta turnê, a The Girlie Show, essa foi a primeira vez da cantora no Brasil.

Reprodução
Imagens do livro "Sex" de Madonna

1996 

No papel de Eva Perón no filme Evita, Madonna recebeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz. Mostrou que podia ser mais que provocação: também era uma artista capaz de entregar interpretações sérias e aclamadas.

1998 

Após se tornar mãe, com o nascimento de sua primogênita Lourdes,  Madonna mergulhou no estudo da Cabala e em sonoridades eletrônicas. Ray of Light uniu espiritualidade, batidas futuristas e introspecção, conquistando quatro Grammys e uma nova geração de fãs.

2000 

No início dos anos 2000, quando muitos artistas veteranos perdiam espaço, Madonna manteve a relevância com Music, misturando country, eletrônica e pop. Mais uma vez, estava à frente da curva. no mesmo período, a cantora ficou grávida de seu segundo filho, Rocco.

2003

Nesse período, Madonna resolveu trocar a pista de dança pelos assuntos políticos. Vivendo um clima cultural pesado nos Estados Unidos pós-11 de setembro, ela lançou American Life, um álbum que questionava o sonho americano e o consumismo desenfreado. Visualmente, surgiu de cabelos escuros, boina e atitude revolucionária, em um visual que lembrava o famoso retrato de Che Guevara.

Apesar do baixo desempenho do material recém lançado, a performance ao vivo daquele ano entrou para a história da cultura pop. No MTV Video Music Awards, Madonna abriu a premiação ao lado de Britney Spears, Christina Aguilera e Missy Elliott. Vestida de noivo, ela beijou Britney e Christina no palco. Para completar o crossover pop, ainda emprestou a voz para Me Against the Music, single de Britney lançado no fim do ano.

2005 

De macacão rosa e disco ball girando, Madonna fez do single Hung Up um hit global e provou que a disco music ainda tinha espaço no pop moderno. O álbum, Confessions on a Dance Floor, é até hoje considerado um de seus melhores trabalhos.

2010–2019 

Enquanto novos nomes dominavam as paradas, Madonna apostou em projetos conceituais, colaborações inesperadas e discursos políticos em seus shows. Além de seu halftime show do Super Bowl XLVI, Madonna lançou Madame X, seu álbum de 2019, que trouxe a persona de uma agente secreta musical, explorando sons de diferentes culturas.

2020 

Mesmo aos 60+, Madonna segue lotando estádios, lançando clipes provocadores e quebrando barreiras sobre idade, corpo e sexualidade no showbusiness. 

Em 4 de maio de 2024, Madonna transformou a Praia de Copacabana em seu maior palco aberto da carreira, e um dos maiores shows gratuitos da história. Mais de 1,6 milhão de pessoas lotaram a orla do Rio de Janeiro para assistir ao encerramento da Celebration Tour, que revisitou quatro décadas de hits. Com um telão gigante, figurinos icônicos e a energia de quem sabe exatamente como comandar uma multidão, Madonna provou que ainda é capaz de criar eventos que entram para o imaginário coletivo. 



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