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O rei do reggae!

Bob Marley: o som do reggae, a voz da revolução e a alma da Jamaica

Ele não só levou o reggae para o mundo — ele transformou o mundo com o reggae.

18/07/2025 - 17h47min

Atlântida
Igor Krolow
Igor Krolow
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Reprodução/Internet
Bob Marley em seu auge: mais que um músico, um mensageiro de paz, luta e fé. A lenda jamaicana segue viva nas ondas do som e da história.

Poucos artistas conseguiram o que Bob Marley fez: transformar música em movimento, canção em oração, show em resistência.

Décadas depois de sua morte, a voz de Bob ainda ecoa em praias, protestos, trilhas de filmes e playlists aleatórias no Spotify. Mas quem foi, de verdade, essa lenda da música?

De Nine Mile para o mundo

Robert Nesta Marley nasceu em 6 de fevereiro de 1945, em Nine Mile, um pequeno vilarejo na Jamaica. Filho de mãe negra jamaicana e pai branco inglês, Marley cresceu entre contrastes culturais e sociais — o que moldaria sua identidade musical e ideológica.

Aos 18 anos, ele formou o trio The Wailers, ao lado de Peter Tosh e Bunny Wailer. Eles misturavam ska, rocksteady e sons caribenhos com letras sobre a vida dura nos guetos e a busca por igualdade. Não demorou muito até que a voz de Marley cruzasse os mares.

Discografia que virou patrimônio

A discografia de Bob Marley é uma sequência de clássicos que marcaram gerações e seguem relevantes até hoje. Ele lançou álbuns tanto com os Wailers quanto em carreira solo (embora o nome “Bob Marley & The Wailers” continuasse sendo usado).

Entre os álbuns mais icônicos, estão:

  • Catch a Fire (1973): o pontapé internacional com a Island Records.
  • Burnin’ (1973): com hinos como Get Up, Stand Up e I Shot the Sheriff (que Eric Clapton transformaria em sucesso nos EUA).
  • Rastaman Vibration (1976): o álbum que colocou Marley no top 10 da Billboard.
  • Exodus (1977): eleito pela Time como o melhor álbum do século XX.
  • Kaya (1978): mais leve, mais romântico, com sons como Is This Love.
  • Uprising (1980): o último lançado em vida, com a poderosa Redemption Song.

Além dos álbuns de estúdio, o disco póstumo Legend (1984) é uma das coletâneas mais vendidas da história da música.

✊ Rastafári, política e espiritualidade

A música de Bob Marley era também um ato político e espiritual. Ele se tornou o maior representante da fé rastafári, um movimento religioso nascido na Jamaica nos anos 30, que mistura cristianismo, cultura africana, resistência negra e a exaltação do imperador etíope Haile Selassie como figura divina.

Essa visão influenciava não só suas letras, mas todo o seu modo de vida: desde os dreadlocks até a dieta vegetariana, o uso ritualístico da cannabis e a defesa da África como berço da humanidade.

Bob pregava paz, mas também alertava contra a opressão. Defendia a justiça, mas sem abrir mão do amor.
Canções como War, Africa Unite e Get Up, Stand Up são verdadeiros manifestos em forma de melodia.

🎤 Showman e símbolo cultural

Marley não era apenas um cantor — ele era uma presença.
Seus shows viraram eventos históricos, como o famoso One Love Peace Concert, em 1978, quando uniu dois líderes políticos rivais da Jamaica em um aperto de mãos no palco, num momento que parecia impossível.

Marley também foi perseguido por suas ideias. 

Em 1976, sobreviveu a um atentado à mão armada na véspera de um show político. 

Mesmo ferido, ele subiu ao palco. Quando perguntaram por quê, respondeu:

"As pessoas que tentam tornar o mundo pior não tiram um dia de folga. Como eu poderia?"

A morte precoce e o legado eterno

Em 1981, aos 36 anos, Bob Marley morreu vítima de um câncer agressivo. Ele foi enterrado na Jamaica com sua guitarra, uma Bíblia, um maço de maconha e um anel dado por Haile Selassie.

Mas, como ele mesmo cantou, “my music will live forever”.

O reggae foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, e Marley segue como o símbolo máximo do gênero. 

Em cada canto do planeta, de bares roots a estádios de futebol, o som dele ainda vibra.

Nas telas: o filme “Bob Marley: One Love”

Em 2024, o mundo revisitou sua história com a cinebiografia “Bob Marley: One Love”, que retratou sua ascensão, seus conflitos e sua fé inabalável. 

Um filme que emocionou antigos fãs e apresentou o ícone a uma nova geração.

Veja o trailer do filme:

Por que Bob Marley ainda importa em 2025?

Porque sua música fala de coisas que nunca envelhecem: liberdade, igualdade, esperança, resistência.

Quando tudo parece caos, ele nos lembra:

"Don't worry about a thing, 'cause every little thing is gonna be all right."

Bob Marley não foi só um artista. Foi um movimento, uma mensagem e uma missão.


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