O palco do Pepsi On Stage virou um tributo ao punk e clássicos na noite de quarta-feira em Porto Alegre. Com a turnê Supercharged Worldwide in '25, a banda americana The Offspring, desembarcou em solo gaúcho após oito anos de sua última vinda.
Contrariando o costume de apresentações internacionais, a banda foi pontual e estava em frente a plateia acalorada às 21h25 ao som de All I Want. A canção de 1997 era um indício do que estava por vir: uma ode a músicas já gravadas na cabeça e juventude de muito dos presentes na casa de shows.
Antes do grande evento da noite, quem tomou conta do palco foi a banda mexicana de hard rock The Warning. Formado em 2013 pelas irmãs Daniela – na guitarra e vocal -, Paulina –na bateria e piano-, e Alejandra – no baixo e piano -, o grupo aqueceu a paleteia e levou sua base de fãs também para frente do palco. Com camisetas e balões em homenagem as irmãs, seguidores acompanharam o show colados na grade com as canções na ponta da língua.
Entre as duas apresentações musicais e a troca de equipamentos no palco, a ansiedade dos fãs foi atiçada com ativações nos telões, pequenos vídeos com membros da banda em formatos de vídeo game e um quiz de curiosidades sobre os integrantes do Offspring que levantavam suspiros de comemorações quando as respostas surgiam na tela.
Ao som de Thunderstruck do AC/DC, um relógio em contagem regressiva levou os integrantes ao palco e com o característico “yeah, yeah, yeah, yeah, yeah”, da já citada All I Want, a noite oficialmente começou. A tríade inicial teve ainda os sucessos Come Out and Play e Want You Bad.
Após essa super sequência, a primeira das diversas interações da banda com o público fez o alvoroço entre os fãs se espalhar pelo local. Em uma tentativa de boa noite em português, a banda se apresentou a plateia. Grupo formado por Dexter Holland (voz e guitarra), Noodles (guitarra), Todd Morse (baixo), Brandon Pertzborn (bateria) e Jonah Nimoy (percussão), foi introduzido como velhos amigos dos que ali estavam.
Entre a plateia, composta majoritariamente por homens entre os 30 e 50 anos, as vestes pareciam um uniforme: camisetas pretas, vestidas ou sobre os ombros em consequência do calor. Eram cinco mil no espaço, de acordo com informações fornecidas pela produção do evento.
Os show seguiu com músicas marcantes da banda e covers de clássicos do mundinho rock que foram entoados em uníssono pelo Pepsi.
Em sua quarta visita ao Rio Grande do Sul, a banda trouxe o que seria o show em referência ao seu mais recente álbum, Supercharged, de 2024. Apesar disso, ao longos da 1h20 em que estiveram no palco, apenas duas músicas do disco foram tocadas: Make It All Right e Come to Brazil. A segunda, como o nome já indica, é uma homenagem (e ao mesmo tempo brincadeira) do Offspring aos dedicados fãs de nosso país que incessantemente repetem o pedido para seus artistas favoritos.
Nas outras vezes que visitaram solo gaúcho, os rockeiros se apresentaram no Gigantinho, em 2004, no Pepsi On Stage em 2008, e foram atração no nosso amado Planeta Atlântida 2014, em Xangri-lá.
Além do show de Porto Alegre, a turnê passou também por cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. Nas duas últimas, com uma espécie de festival que durou a tarde toda e contou com shows das bandas Amyl and The Sniffers, The Warning, The Damned, Rise Against e Sublime. Todas elas animaram o público para a atração final e principal dos eventos.
Com o show carregado de pirotecnias, itens interativos como bolas que pulavam pela plateia e blocos de músicas nostálgicas, a banda encerrou o show com um "bônus" - aquela clássica saída do palco e retorno para a finaleira -. Com You're Gonna Go Far, Kid fez e Self Esteem, Offspring embalou e agitou as últimas rodas punk que duraram a noite toda entre os fãs mais animados em uma noite memorável de rock, punk e história.
Em família
Apesar de um público característico, não foi tão difícil encontrar fãs mirins ao lado de pais orgulhosos. É o caso da família formada pelo casal Taiara e Luciano, que trouxeram a pequena Valentina, de 13 anos, de Araranguá, em Santa Catarina, para ver o show da banda.
A mãe conta que a banda é paixão da filha desde que pequena e uma paixão transmitida pelos pais. Ao final do espetaáculo, a jovem ainda ganhou de presente da produção uma das bolas usadas para animar o o público na divertida "Why Don’t You Get a Job?".