Um crime incomum ocorrido há mais de dez anos em Madison, no estado de Dakota do Sul (EUA), voltou a repercutir nas redes sociais e a levantar debates sobre traumas guardados por décadas. Em 2012, Carl V. Ericsson, então com 73 anos, matou o ex-colega de escola Norman Johnson, de 72 anos, motivado por um trote sofrido 50 anos antes, quando ambos eram adolescentes.
De acordo com as investigações, Ericsson foi até a casa de Johnson, tocou a campainha, confirmou sua identidade e atirou duas vezes no rosto da vítima, que morreu na hora. Johnson era professor e treinador aposentado da Madison High School e bastante conhecido na comunidade local.
Trote que virou trauma
Durante o julgamento, Ericsson confessou que o crime foi motivado por uma humilhação pública sofrida no vestiário da escola, quando Johnson colocou um equipamento esportivo sobre sua cabeça, provocando risadas dos colegas.
Segundo o réu, esse episódio o perseguiu ao longo da vida. Eles nunca mais tiveram contato após o ensino médio, mas Ericsson carregou ressentimentos por décadas.
Ele se declarou culpado, alegando transtornos mentais. Laudos psiquiátricos apontaram depressão severa e ansiedade recorrente. A Justiça condenou Ericsson à prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional.
Comunidade em choque
O crime abalou a pacata Madison, conhecida por seus baixos índices de violência. “Foi um choque para todos nós”, disse o promotor Christopher Giles na época. Moradores relataram surpresa, descrevendo Johnson como um professor dedicado e querido pelos ex-alunos.
A filha da vítima, Beth Johnson, afirmou em tribunal que Ericsson “foi ciumento do meu pai a vida inteira” e classificou a perda como “irreparável”.