
Porto Alegre, junto com São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Manaus, abrigava uma base secreta da CIA na década de 1960.
Essas instalações eram utilizadas para espionagem e monitoramento de figuras políticas no Brasil, em um período de grande tensão internacional. Um dos documentos mais impactantes, datado de 1961, revela que a agência norte-americana acompanhava de perto as movimentações do então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola.
O interesse da CIA cresceu especialmente durante a Campanha da Legalidade, quando Brizola se mobilizou para garantir a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros. O relatório menciona que líderes comunistas como Fidel Castro e Mao Tsé-Tung teriam oferecido apoio a Brizola naquele momento. Embora o ex-governador tenha recusado qualquer interferência estrangeira, a simples menção dessa possibilidade foi suficiente para reforçar o monitoramento da CIA sobre ele. O documento destaca: “Brizola obviamente estava com medo de que, se as ofertas fossem aceitas, os Estados Unidos pudessem intervir.”
A revelação de que Porto Alegre abrigava uma base secreta da CIA durante esse período histórico adiciona novos elementos à compreensão da influência estrangeira na política brasileira e reforça o papel estratégico da capital gaúcha no cenário nacional.