Uma mudança histórica nos costumes brasileiros: pela primeira vez, as uniões estáveis, quando o casal vive junto sem oficializar o casamento civil ou religioso, ultrapassaram os casamentos formais no país.

Segundo dados do Censo 2022, 38,9% das pessoas com algum tipo de união conjugal vivem em união estável, enquanto 37,9% se declararam casadas no civil e religioso. O dado marca uma virada no comportamento afetivo e social dos brasileiros, revelando novas formas de viver o amor e construir famílias.

A tendência é ainda mais forte entre os jovens. Na faixa etária de 30 a 39 anos, 28,5% estão em união estável, o maior índice entre todas as idades. Entre os jovens adultos de 20 a 29 anos, o percentual também é elevado, chegando a 24,8%. Já entre os idosos com 60 anos ou mais, a taxa cai para 8,8%, mostrando que as gerações mais antigas ainda preferem o modelo tradicional de casamento.

O fator econômico também influencia diretamente esse novo cenário. Entre os brasileiros com renda de até meio salário mínimo, mais da metade (52,1%) vive em união estável. Já entre os que ganham cinco salários mínimos ou mais, apenas 2,4% optam por esse tipo de relação.

Para especialistas, os números refletem tanto mudanças culturais e econômicas quanto a maior liberdade nas relações contemporâneas. A formalização do casamento tem deixado de ser prioridade para muitos casais e o amor, por si só, parece ter se tornado o maior contrato.