Se o ghosting já parecia cruel com seu desaparecimento sem explicações, o benching chegou para ser ainda mais confuso. Nesse modo de se relacionar, ninguém some de vez, mas também não aparece de verdade. É aquele “oi sumida(o)”, o emoji aleatório às duas da manhã, a reação no story que não chega a virar troca de mensagem. Você continua ali, aquecendo no banco, esperando ser chamada para, talvez, participar de algo.

O comportamento está cada vez mais comum em tempos de "excesso de opções" - com aplicativos de namoro e facilidade de contato pelas redes sociais que causam essa ilusão. O tal paradoxo da escolha explica bem isso: com tanta gente disponível em apps e redes, muitos têm medo de se comprometer e perder algo “melhor”.

E como diferenciar um “slow dating” - aquele romance que começa tímido - saudável de um benching disfarçado? A pista está na consistência. Quem está só indo devagar explica, marca encontro com antecedência, mantém diálogo. Quem pratica benching, geralmente segue alguns passos: 

• Inconsistência como regra: um dia super atencioso, no outro, sumiço total.
• Promessas idealizadas: “vamos marcar” que nunca sai do papel.
• Contato mínimo estratégico: curte foto, manda um “bom dia” perdido, só para manter viva a esperança.
• Agenda unilateral: tudo depende do tempo do outro, nunca do seu.
• Sensação de confusão: se você precisa interpretar sinais o tempo inteiro, a mensagem já foi enviada.

Para se proteger, a receita é simples (mas não sempre fácil). A dica é perguntar direto: “O que você busca comigo?”. Se a resposta for vaga demais, talvez seja bom considerar como um não. Defina seus limites de tempo e energia, e não aceite migalhas emocionais disfarçadas de interesse. É melhor encarar a sinceridade de um corte do que viver em água morna.

E se for você quem está praticando o benching, respira e pensa: segurar alguém só por conveniência não é charme, pode ser falta de responsabilidade afetiva. Assumir que não está disponível ou não quer compromisso é bem mais honesto.

Afinal, qual a diferença entre benching e ghosting? 

A diferença entre ghosting e benching está no tipo de ausência. No ghosting, a pessoa simplesmente desaparece sem aviso, como um fantasma que some do mapa, por isso o termo. Já no benching, não existe sumiço total: há sempre uma migalha de contato, uma mensagem perdida, uma reação no story, o suficiente para manter viva a esperança de que algo pode acontecer. Enquanto o ghosting corta de vez, o benching prolonga a incerteza e cria uma espera infinita, que muitas vezes machuca ainda mais.

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