O avanço da inteligência artificial ganhou mais um capítulo polêmico: o 2wai, aplicativo cofundado pelo ex-ator da Disney Calum Worthy, promete recriar digitalmente parentes falecidos a partir de apenas três minutos de vídeo. A tecnologia cria avatares interativos capazes de conversar em tempo real, com movimentos faciais sincronizados e comportamento que imita o da pessoa original.
A proposta do app, construir um “arquivo vivo” de memórias, repercutiu de imediato após o lançamento de um vídeo promocional. Nele, uma mulher conversa com a versão digital de sua mãe já falecida, que interage com a família ao longo de décadas simuladas, desde o nascimento de um neto até sua vida adulta. A cena foi suficiente para que internautas comparassem o aplicativo diretamente ao seriado Black Mirror, símbolo de distopias tecnológicas.
A reação foi intensa: usuários classificaram a novidade como desumana, eticamente perigosa e até mesmo uma forma de transformar o luto em produto. Críticos alertam para o risco emocional de reviver vínculos impossíveis no mundo real, questionando os impactos psicológicos desse tipo de experiência.
Mesmo em meio à polêmica, o 2wai chega ao mercado com força. Já nasceu com US$ 5 milhões em investimentos e parcerias com grandes empresas de tecnologia, apostando em um futuro onde memórias ganham forma digital e continuam a “existir” muito além da vida.

