logo atlântida

AO VIVO

Comportamento

IA É ARTE? 

Cachorro Caramelo Goods: o livro de colorir que levantou debate sobre o uso de IA na arte

Inspirado no sucesso Bobbie Goods, projeto brasileiro encantou pelo visual e gerou polêmica sobre o uso de inteligência artificial nos desenhos

14/06/2025 - 10h00min

Atlântida

Se você está por dentro da tendência de livros de colorir fofinhos, você  provavelmente já ouviu falar (ainda mais se você é heavy user do TikTok) sobre a versão do Cachorro Caramelo Goods. O livro é um projeto brasileiro que começou como uma releitura nacional do famoso “Bobbie Goods” e chamou atenção por suas ilustrações delicadas do cotidiano brasileiro.

Reprodução

Os desenhos trazem o típico cachorro caramelo brasileiro em diversas situações e cenários nacionais, como em bares, praias e consumindo alimentos da região, como a famosa coxinha e a caipirinha do Brasil. 

Mas junto com a fofura, veio também uma polêmica: parte das ilustrações, segundo a própria criadora, foram feitas com a ajuda de inteligência artificial. Logo, acendeu-se um debate nas redes sobre autoria e o papel da tecnologia na arte.

O uso de IA no Cachorro Caramelo Goods

A responsável pelo projeto é Carolina Schlogl, artista que já trabalhava com ilustração e que decidiu criar sua própria versão do estilo “cozy” de Bobbie Goods com um toque bem brasileiro. Segundo ela, o projeto começou como um trabalho pessoal, sem a ideia da comercialização e viralização do produto. Nas redes sociais, ela explicou que desenhou os animais e os cenários, mas que usou ferramentas de inteligência artificial para aprimorar e finalizar o livro. 

A revelação veio após alguns seguidores notarem pequenos padrões repetitivos e falhas anatômicas nos traços que costumam aparecer em imagens geradas por IA. 

Com custo de 59,90 reais, o Cachorro Caramelo Goods começou sendo vendido e enviado pela própria autora, mas hoje já é vendido por e-commerces como Amazon e Shopee

No TikTok, a hashtag #caramelogoods reúne vídeos de pessoas mostrando suas versões coloridas e comentando sobre o prazer de colorir algo “com a nossa cara”. Assim como é possível encontrar vídeos de usuários debatendo a injustiça da artista “lucrar” com algo gerado por IA, e diversos outros de análises dos traços e dos elementos que perdem o sentido em algumas páginas do livro. 

Além disso, há comentários que mencionam que as edições mais recentes do livro foram editadas e que tais erros foram retirados nas novas versões. 

Mas afinal: IA pode ser arte?

O uso da IA no projeto fez com que a gente refletisse: até que ponto a tecnologia pode participar da criação artística? É possível usar ferramentas como aliadas sem ser “injusto” e “trapaceiro”?

Enquanto alguns consideram o uso de IA uma forma de facilitar e ampliar as possibilidades criativas, outros acreditam que isso compromete a originalidade especialmente em produtos que valorizam o traço, o gesto e o “imperfeito humano” dos artistas autorais e renomados. 



MAIS SOBRE