Tráfico Humano? Entenda a polêmica das publicidades de influenciadoras
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Tráfico Humano? Entenda a polêmica das publicidades de influenciadoras

Influenciadoras brasileiras são acusadas de divulgar programa internacional ligado a tráfico humano

07/10/2025 - 16h10min

Reprodução/Dicas de Passagens
Possível caso de tráfico humano levanta um alerta sobre responsabilidade nas publis e golpes disfarçados de “intercâmbio dos sonhos”.

Polêmica no mundo da “blogueiragem”! Nos últimos dias, diversas influenciadoras brasileiras se viram envolvidas em uma polêmica internacional que mistura internet, propaganda e até investigação da Interpol.

Tudo começou quando nomes como Aila Loures, MC Thammy e Catherine Bascoy divulgaram, em suas redes, uma suposta “oportunidade única para mulheres brasileiras de 18 a 22 anos”. Nos vídeos, que circularam pelo Instagram, Facebook e TikTok, elas apresentavam o Programa Start como uma chance de ouro para quem sonha em morar fora: dois anos de trabalho na Rússia, com salário de até 680 dólares por mês e todos os custos pagos (passagens, acomodação, curso de russo e seguro médico).

Mas, na verdade, a “oportunidade única”, não passa de uma forma ilícita para resolver a falta de mão de obra na Rússia. O Alabuga Start é uma iniciativa de recrutamento vinculada à Zona Econômica Especial de Alabuga, no Tartaristão, Rússia, acusada de tráfico humano. No final das contas, as jovens que chegavam ao país eram forçadas a trabalhar na linha de montagem de drones militares usados pelo exército russo na guerra na Ucrânia.

As denúncias relatam condições precárias e jornadas exaustivas, com salários muito abaixo do prometido, exposição a produtos químicos e vigilância constante. Há também relatos de passaportes retidos e restrição de deslocamento. A Interpol já investiga o caso após denúncias de mulheres que afirmam ter sido enganadas pelo programa.

Reações das influenciadoras

Depois da repercussão em torno do Abaluga Start, MC Thammy usou os stories para se retratar e anunciou o fim do contrato com a empresa. A cantora apagou o vídeo em que fazia a divulgação e afirmou que, assim que surgiram as denúncias e as críticas, decidiu agir rápido, devolvendo o valor recebido e acionando sua equipe jurídica. Segundo ela, a parceria só aconteceu porque o projeto parecia legítimo, com documentações e provas apresentadas antes da campanha.

Aila Loures, MC Thammy e Catherine Bascoy, que também participaram da divulgação, se pronunciaram nas redes e garantiram que analisaram os contratos e documentos antes de fechar com a marca. Todas afirmaram que jamais fariam algo que pudesse prejudicar o público que as acompanha.

Aila ressaltou que só topou a ação após verificar que estava “100% legal” e reforçou que não aceitaria esse tipo de parceria “por nenhum valor no mundo”. Já Catherine divulgou uma nota afirmando que tudo parecia estar em conformidade e que está tomando as medidas necessárias para esclarecer o caso.

Entre pedidos de desculpa e tentativas de acalmar as águas, as influenciadoras agora lidam com o impacto da polêmica. O caso reacendeu o debate sobre responsabilidade nas publicidades e o cuidado necessário antes de associar o próprio nome a qualquer marca.


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