Kléber Mendonça Filho sobre ‘O Agente Secreto’: “O ponto de partida para escrever o roteiro foi muito dessas memórias afetivas”
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Kléber Mendonça Filho sobre ‘O Agente Secreto’: “O ponto de partida para escrever o roteiro foi muito dessas memórias afetivas”

Confira como foi a entrevista exclusiva do diretor e roteirista de O Agente Secreto para o Escolhe o Filme!

07/11/2025 - 13h30min

Reprodução/ATL TV
Babi Bitencourt e Lari Guerra entrevistaram Kléber Mendonça Filho.

O novo longa de Kléber Mendonça Filho, “O Agente Secreto”, estreou oficialmente nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (6), mas o público de Porto Alegre teve um gostinho antecipado: na segunda (3), o diretor e roteirista, junto com a atriz Alice Carvalho e a produtora Emilie Lesclaux, participou de duas sessões lotadíssimas na capital (uma na Sala Paulo Amorim, na Casa de Cultura Mario Quintana, e outra na Cinemateca Capitólio).

As exibições fizeram parte da programação do 13º Frapa (Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre), e claro que a Babi Bitencourt e a Lari Guerra aproveitaram o momento para bater um papo com o cineasta por trás do longa nacional que (para nós) já está na disputa pelo Oscar.

Na conversa, Kléber falou sobre o processo criativo, as inspirações por trás do roteiro, a recepção do público e até as postagens dele no “Xwitter” (como ele mesmo apelidou o antigo Twitter).

Babi: Queria te perguntar sobre os comentários e feedbacks que tu tens recebido pelo mundo e também aqui no Brasil, principalmente no Brasil. Por que eu acho que os comentários foram diferentes...

Kléber: Eu acho interessante porque os comentários estrangeiros e no Brasil, eles de certa forma, são muito parecidos. Tem muita coisa sobre a qualidade da atuação de Wagner Moura no filme. Tem muito amor para a dona Sebastiana. Tem muito amor para a imagem, a fotografia e a reconstituição de época; direção de arte do filme também, para as músicas, o som do filme. Mas eu acho que quando a gente chega no Brasil tem uma compreensão talvez mais profunda de como funciona o nosso país e como funcionam todas essas questões relacionadas à cultura, política, a coisa do regime militar e isso é impagável: finalmente exibir o filme no Brasil. E eu fico pensando em todos aqueles anos em que eu, como cinéfilo, via filmes japoneses, filmes soviéticos, filmes americanos, canadenses, mexicanos... e eu gostava de muitos desses filmes, mas eu não tinha a compreensão profunda por causa de língua, de cultura, do que esses filmes são. Então, eu penso muito nisso agora.

Lari: Inclusive, pensando nessa ambientação, como foi para ti fazer toda essa reconstrução de Recife nos anos 70, de pensar nos figurinos, no carro, o posto de gasolina... Como foi essa construção, que eu acho que tem também uma coisa de memória afetiva muito grande, ?

Kléber: Sim, eu acho que tudo começa, principalmente, na época do roteiro com memórias afetivas da minha infância, porque eu tinha 9/10 anos naquela época, nos anos 70. Então, o ponto de partida para escrever o roteiro foi muito dessas memórias afetivas. Depois, veio o trabalho que fiz no Retratos Fantasmas que me reconectou muito ao passado da cidade. Mas trabalhar com gente incrível que também em sintonia e que pensa no passado, pensa na cidade e entende que as coisas eram muito diferentes 50 anos atrás, tem um real sentido da passagem do tempo, isso ajuda muito. Thales Junqueira, na direção de arte, Rita Azevedo, com os figurinos e Evgenia Alexandrova, que é russa radicada na França e que não tem a vivência do Brasil, mas tem uma delicadeza na construção de imagem... Então, tudo isso explica essa coisa da reconstituição de época.

Quer saber como foi o restante da conversa e o papo da Babi e Lari com a atriz Alice Carvalho? Dá o play e confere o vídeo completo!



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