Se você achou que a internet já tinha inventado de tudo, talvez ainda não tenha esbarrado em uma cena que está tomando conta do TikTok e do Instagram: jovens e adultos usando chupetas. Sim, o acessório que até pouco tempo era exclusivo dos bebês agora virou objeto de desejo de quem busca alívio rápido para ansiedade, estresse e até insônia.
A tendência, que começou a ganhar força na China e na Coreia do Sul, já se espalha pelo mundo como mais um daqueles fenômenos que dividem opiniões. De um lado, quem acha fofo ou engraçado. Do outro, os que encaram como algo “bizarro” ou até perigoso.

Por que adultos estão usando chupeta?
Especialistas apontam que o movimento está ligado ao fenômeno da regressão, quando o cérebro busca no passado referências de segurança. Assim como os bonecos reborn, os monstrinhos Labubu ou os livros de colorir Bobbie Goods, a chupeta carrega o simbolismo da infância: conforto, calma e acolhimento.
Só que, diferente de pintar ou colecionar pelúcias, o hábito traz riscos reais. Dentistas alertam para problemas na mordida, desalinhamento dos dentes e até dores na articulação da mandíbula. Psicólogos, por sua vez, questionam: será que não estamos terceirizando o enfrentamento da vida adulta para objetos que só mascaram os sintomas?
A estética do “ser criança de novo”
A Geração Z já mostrou que não tem medo de resgatar o lúdico e transformar em tendência. Primeiro foram os chaveiros de pelúcia, depois os Labubu enfeitados, os diários de colorir e agora chupetas customizadas com glitter, miçangas e adesivos. O curioso é que, apesar de serem tratadas como brincadeira ou modinha, essas tendências dizem muito sobre nosso tempo: um mundo hiperconectado, ansioso e que vive correndo atrás de pequenas pausas para respirar.
Até que ponto é só trend?
O problema é quando o uso deixa de ser estético ou divertido e vira um mecanismo para lidar com pressões emocionais. Nesse ponto, especialistas chamam atenção: a chupeta pode até aliviar na hora, mas não resolve a raiz da ansiedade. É como usar um atalho que, no fim, pode sair caro.
E é justamente sobre essa trend inofensiva ou sinal de alerta que fala o novo episódio de POV. O programa mergulha nessas modas virais – de Labubu a chupetas para adultos – e com a visão que só a Geração Z tem, coloca Babi Bitencourt, Natã Nunes e Luís Leite para conversar.